Summary: | Esta comunicação debruça-se sobre a forma como o poder colonial português administrou o Islão, no plano material e no plano identitário e simbólico, focando especialmente o período das guerras coloniais na Guiné-Bissau e em Moçambique (1961-1974), duas regiões onde as comunidades muçulmanas podiam ser percepcionadas como ameaças às relações de poder instituídas. O eixo principal da análise estará nas representações identitárias (negativas, positivas, ambivalentes) que diversas figuras do sistema colonial construíram em torno das comunidades islâmicas residentes nas colónias africanas. As políticas inspiradas por tais representações ocuparão também o centro desta comunicação, sendo analisado o modo como se passou de uma hostilidade indisfarçada para com o Islão a uma abordagem de sedução que procurou persuadir dignitários muçulmanos influentes a tornarem-se aliados activos da estratégia de guerra portuguesa contra os movimentos nacionalistas.
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