Lipid profile of brain and heart from mice with chronic stress

O stresse crónico é uma resposta natural, adaptativa do organismo a pressões psicológicas e físicas. O stresse crónico tem vindo a ser considerado uma séria preocupação de saúde pública, já que se encontra envolvido com o desenvolvimento de vários distúrbios fisiopatológicos. Algumas das consequênci...

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Detalhes bibliográficos
Autor principal: Faria, Renata Alexandra Boaventura (author)
Formato: masterThesis
Idioma:eng
Publicado em: 2012
Assuntos:
Texto completo:http://hdl.handle.net/10773/9196
País:Portugal
Oai:oai:ria.ua.pt:10773/9196
Descrição
Resumo:O stresse crónico é uma resposta natural, adaptativa do organismo a pressões psicológicas e físicas. O stresse crónico tem vindo a ser considerado uma séria preocupação de saúde pública, já que se encontra envolvido com o desenvolvimento de vários distúrbios fisiopatológicos. Algumas das consequências do stresse crónico já descritas incluem intolerância à glucose, inflamação, defeitos cognitivos e especialmente doenças relacionadas com o cérebro, como doenças neurodegenerativas e depressão. As alterações que ocorrem no sistema nervoso, em situações de stresse crónico, relacionam-se com o desenvolvimento de alterações ao nível do cérebro e também com alterações em funções cardíacas. Apesar de várias evidências sugerirem consequências nefastas do stresse crónico, pouco se sabe ainda sobre as suas consequências a nível biomolecular, em particular sobre o seu efeito nos lípidos celulares. Assim, o objectivo deste trabalho foi estudar o perfil fosfolipídico em condições de stresse crónico, no cérebro e no coração de ratinhos. O perfil lipídico foi avaliado usando uma abordagem lipidómica. As diferentes classes de fosfolípidos foram separadas e quantificadas. A avaliação da peroxidação lipídica foi realizada pelo método de FOX II. O extrato lipídico total foi analisado por cromatografia líquida de alta resolução acoplada a espectrometria de massa (HPLC-MS e MS/MS), permitindo a identificação da estrutura dos fosfolípidos, nomeadamente o seu grupo polar e a sua composição em ácidos gordos. Os resultados revelaram alterações nos níveis cerebrais de fosfolípidos, tendose verificado o aumento significativo das fosfatidilcolinas (PC) e uma diminuição significativa dos fosfatidilinositois (PI) e das cardiolipinas (CL). Não foram detetadas, porém, alterações significativas no perfil molecular de cada classe de fosfolípidos, excepto no perfil da classe dos ácidos fosfatídicos (PA). Os nossos resultados comprovam ainda que há a formação de hidroperóxidos da CL no cérebro em situações de stressee crónico. A oxidação da CL é um indicador da apoptose celular que pode ser associado com a morte neuronal. No coração, os nossos resultados revelaram que não existem alterações significativas do perfil fosfolipídico em situações de stresse crónico, havendo apenas alguma variação no conteúdo total das classes. Assim, concluímos que em condições de stressee crónico os fosfolípidos do cérebro são os mais afectados, havendo mesmo a formação de produtos de oxidação da cardiolipina, sugerindo a ocorrência de importantes alterações a nível mitocondrial.