Resumo: | O sector dos transportes depende do petróleo para a satisfação das suas necessidades energéticas, o que tem várias consequências como a poluição atmosférica, alterações climáticas e a dependência energética externa. Com a tendência para o crescimento populacional em áreas urbanas, a mobilidade urbana apresenta-se como um aspeto fundamental para a sustentabilidade nas cidades. Na ausência de um sistema de transportes públicos funcional e apelativo há a tendência para o aumento do uso do transporte individual, causando problemas de congestionamento e poluição atmosférica, com consequências ao nível local (saúde pública e qualidade do espaço urbano) como a nível global (alterações climáticas). Segundo os censos de 2011, na Área Metropolitana de Lisboa (AML) o automóvel privado é o modo de transporte de 54% dos movimentos pendulares, ao passo que apenas 27% utiliza o transporte público coletivo. O objetivo da presente dissertação é de compreender o motivo para esta disparidade entre a procura do automóvel privado e do transporte público, e porque tem apresentado uma tendência negativa nos últimos 20 anos. Daqui se concluiu que os transportes públicos coletivos na AML apresentam um baixo nível de integração, tanto a nível de rede como a nível tarifário: há mais de 1900 títulos de transporte diferentes entre as 16 operadoras de transporte. Isto é um entrave à procura dos transportes públicos e causa desnecessária confusão para os utilizadores. A qualidade do serviço tem vindo a degradar-se devido a baixo investimento público nos transportes públicos, inadequada distribuição das receitas dos passes intermodais, e contratos de concessão que permitem que as operadoras fixem as suas tarifas. Para promover a mobilidade urbana na AML é fundamental aumentar a qualidade do serviço prestado (frequência, informação e ligações); adequada subsidiação dos transportes e distribuição das receitas; e a criação de um sistema tarifário integrado obrigatório que englobe toda a área metropolitana.
|