Summary: | Vivemos numa era onde a proliferação da Internet possibilita uma comunicação global em rede, mudando assim a forma como as pessoas comunicam, pensam e agem, existindo constantes desafios relativamente à forma como as mesmas assimilam conhecimentos, competências e conteúdos, traduzindo-se em diferentes níveis de literacia mediática e digital (Castells & Cardoso, 2005). O fenómeno da desinformação é um fator, entre outros, que coloca estes mesmos desafios ao ser humano, onde podemos olhar para o "fact-checking" como uma forma de mitigar a proliferação e o consequente impacto deste mesmo fenómeno na vida em sociedade (Lapa, Quintanilha & Silva, 2019). Foi realizado um questionário online a 300 indivíduos, incluindo um "quiz" para classificação de determinadas notícias, de forma a perceber como as pessoas consomem notícias e os mecanismos que utilizam para verificar se esse mesmo consumo é constituído por conteúdos verdadeiros ou falsos. Ou seja, perceber, por um lado, se níveis de literacia mediática e digital influenciam os indivíduos nas suas dietas informativas, incluindo práticas de fact-checking e, por outro, se existem relações entre práticas de "fact-checking" e variáveis sociodemográficas como a idade, a escolaridade, a profissão e o rendimento. Através dos resultados, foi possível perceber que, apesar de níveis de literacia mediática e digital proporcionarem uma maior consciencialização nos inquiridos em relação à desinformação, isso não significa que os mesmos consigam identificar sempre conteúdos falsos. Para além disto, importa referir que fatores como a idade e o nível de escolaridade estão intimamente ligados à prática de "fact-checking".
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