As notícias por dentro: da relação entre jornalistas e fontes de informação

No centro deste trabalho estão as notícias de todos os dias. Recorre-se ilustrativamente ao pensamento de Aristóteles sobre a casa e a pedra no sentido de procurar demonstrar que as notícias não são um montão de pedras que compõem uma casa – o jornalismo -, que elas não existem per se mas são, sobre...

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Detalhes bibliográficos
Autor principal: Duro, Ana Aires (author)
Formato: masterThesis
Idioma:por
Publicado em: 2008
Assuntos:
Texto completo:http://hdl.handle.net/10071/1101
País:Portugal
Oai:oai:repositorio.iscte-iul.pt:10071/1101
Descrição
Resumo:No centro deste trabalho estão as notícias de todos os dias. Recorre-se ilustrativamente ao pensamento de Aristóteles sobre a casa e a pedra no sentido de procurar demonstrar que as notícias não são um montão de pedras que compõem uma casa – o jornalismo -, que elas não existem per se mas são, sobretudo, o resultado do impacto dos poderes das sociedades actuais na vida quotidiana, assim como da perspectiva e acção do Homem contemporâneo, movido por uma necessidade de “inscrição social”, fascinado pela “intimidade” e seduzido pela “autoridade de um nome”. Para compreender por que as notícias são como são, partiu-se da ideia de um “campo de forças e de lutas”, assim se associando o campo jornalístico a um jogo de estratégias e solidariedades em que os jornalistas e as fontes de informação negoceiam a transformação de implícito em explícito, ou seja, a criação do “capital simbólico”. Neste quadro, a distinção – que nas suas formas de acesso, estratégia e discurso reflecte o funcionamento das complexas sociedades dos nossos dias e evidencia a condição ambivalente da mediatização – surge, por um lado, como poderosa, porque outorgando legitimidade aos seus actores e sujeitos, e revela-se, por outro lado, como vulnerável, porque circunstancial e efémera. Nestes termos, a agenda noticiosa é apresentada como incontrolável, na medida em que pautada por uma invisibilidade de bastidores e por uma imprevisibilidade de consequências na ordem social; tal releva, pois, a insuficiência explicativa das leituras de submissão do jornalismo ou de ascensão das fontes de informação em relação a tudo o que se impõe saber sobre as notícias.