Os impactos de incêndios florestais e gestão pós-fogo na qualidade do solo e sua erosão hídrica em plantações de eucalipto

Os incêndios florestais e as práticas de gestão pós-fogo são indissociáveis. Em Portugal, nos últimos anos, tem ardido uma extensa área de floresta, principalmente de produção, pelo que as operações de gestão pós-fogo se avizinham frequentes. De forma a avaliar os efeitos dos incêndios e gestão pós-...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Peixoto, Flávia Andreia Cerqueira (author)
Format: masterThesis
Language:por
Published: 2020
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/10773/24915
Country:Portugal
Oai:oai:ria.ua.pt:10773/24915
Description
Summary:Os incêndios florestais e as práticas de gestão pós-fogo são indissociáveis. Em Portugal, nos últimos anos, tem ardido uma extensa área de floresta, principalmente de produção, pelo que as operações de gestão pós-fogo se avizinham frequentes. De forma a avaliar os efeitos dos incêndios e gestão pós-fogo na perda física e nas características do solo via erosão hídrica, recorreu-se ao estudo de áreas de povoamentos de produção florestal recentemente sujeita a um fogo florestal. Em adição, também se procurou fazer a identificação e análise de potenciais medidas mitigadoras dos impactos dos incêndios no ecossistema florestal na gestão pós-fogo. A avaliação dos processos de fenómenos erosivos foi feita mediante instalação de 9 parcelas de erosão (16 m2 cada), sendo 3 delas num terreno sem gestão (C) e 6 delas numa plantação sob gestão de uma empresa de gestão florestal, com respetiva gestão. Destas 6 parcelas, 3 apresentavam diferentes severidades de incêndio avaliado pela quantidade de folhada que permaneceu na copa da árvore no pós-fogo, um “mulching” natural (LS- Lower Severity e HS – Higher Severity) sobre o solo. Nas parcelas de ensaio foi feita a caracterização do solo e da folhada residente sobre o solo e feita a monitorização regular para recolha do solo retido nas parcelas de erosão. Foi ainda efetuada análise da biomassa radicular nas parcelas instaladas. Ao nível de resultados de caracterização do solo e de perda física de solo (g/cm2) verificam-se diferenças entre os blocos de parcelas. No bloco sem gestão florestal, os valores de perda de solo foram cerca de 15 vezes superiores aos blocos do povoamento com gestão florestal. Havendo intervenção de gestão futura dos povoamentos onde se instalaram os blocos de ensaio (rearborização ou gestão em talhadia), recomenda-se o corte e rechega da madeira à curva de nível, preferencialmente fora do período de maior pluviosidade, utilizando os sobrantes de exploração como “mulching”. Os resultados obtidos no presente estágio evidenciam que a montante da mitigação de fenómenos erosivos no solo, num cenário de pós-fogo, está a sua prevenção com uma gestão florestal adequada e responsável dos povoamentos