| Resumo: | A Paisagem Protegida da Serra de Montejunto, marcada por uma ação antrópica milenar, ainda encerra alguns resquícios de vegetação primitiva, que testemunham a potencialidade vegetal deste território, no âmbito do carvalhal de Arisaro simorrhini-Quercetum broteroi. A área de estudo, um grande anticlinal de origem calcária, cujo ponto culminante atinge os 666m de altitude, desfruta de uma localização geográfica privilegiada, entre o litoral e o vale do Tejo, funcionando como uma barreira à influência oceânica, que, ao integrar o sistema montanhoso Montejunto - Estrela, separa a parte do País mais chuvosa da mais seca. Dada a singularidade deste território, refletida no seu coberto vegetal, e face à ausência de estudos científicos detalhados sobre a flora e a vegetação, tenta colmatar-se esta carência através da concretização deste trabalho. Assim, após uma breve introdução, procede-se a uma caracterização do território e ao levantamento e estudo da flora atual, destacando-se o seu valor patrimonial, com base em diversas particularidades, dando-se relevo aos taxa raros, endémicos e protegidos por lei, bem como às novas citações de espécies para Portugal e para a região. Segue-se a descrição sintaxonómica da vegetação, segundo a metodologia fitossociológica, o levantamento dos habitats naturais e seminaturais presentes e a análise das séries de vegetação identificadas. Para complemento das fases anteriores apresenta-se um estudo toponímico, destacando-se os fitotopónimos, e o levantamento da etnoflora seguindo-se duas abordagens distintas: na primeira são analisados os usos gerais e na segunda os usos associados às plantas medicinais. Da análise da flora e da vegetação locais, elaboram-se medidas de gestão com vista à recuperação e preservação da biodiversidade, através da aplicação de técnicas de gestão dos habitats, onde se verifique o envolvimento da população e a manutenção dos usos tradicionais, tendo sempre em vista o ordenamento do território e a conservação e valorização da Paisagem Protegida; ABSTRACT: The Protected Landscape of the Montejunto Mountain, marked by millennia of anthropic action, still holds some vestiges of the primeval vegetation, which testify to the potential of the region’s plant life within the scope of the Arisaro Simorrhini-Quercetum Broteroi oak forest. The studied area, a large anticline of calcareous origin whose summit reaches an altitude of 666m, enjoys a privileged geographic location, betwixt the coast and the Tagus Valley, encompassing the Montejunto and the Estrela mountainous, acting as a barrier to the oceanic influence, separating the rainiest part of the country from the driest. Given the uniqueness of this territory, mirrored in its vegetation, and in the absence of detailed scientific studies about its flora and plant life the conception of this work is an attempt to overcome that deficit. With that aim, after a short introduction, we proceed to a description of the terrain and to the survey of the current flora, highlighting its value as natural heritage, basing it on several unique traits, highlighting the rare taxa, a species that is both endemic and protected by law, as well as referencing new species for both the region and Portugal. This is followed by the characterization of the syntaxonomic system according to the phytosociological methodology, listing the natural and semi-natural habitats currently in existence and an analysis of the identified vegetation units. To supplement the previous phases a toponymical study is presented, highlighting the fito-toponomy and the survey of ethno-flora following two distinct approaches: the first analysing the plants general applications and the second examining the medicinal plants’ applications. From the study of the local flora and plant life management measures can be created with the aim of recovering and preserving the biodiversity through the application of habitat organization techniques where the inclusion of the population and continued use of the plant-related traditions are substantiated, while keeping in mind the goal of preserving and valuing the Protected Landscape in the scope of regional planning.
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