Summary: | Este artigo tem como principal objectivo analisar em que medida o Projecto Troika de narrativas visuais em 2014, que uniu um colectivo de oito fotógrafos e um documentarista, contribuiu para dar voz a histórias de vulnerabilidade e resiliência em Portugal, empoderar a sociedade portuguesa para o progresso humano e de que forma se enquadra no que se entende por Jornalismo Para o Desenvolvimento. Além disso, pretende perceber como o projeto se harmoniza, tematicamente, nas problemáticas das Nações Unidas, da agenda de desenvolvimento sustentável (2015-2030). Para responder a essas questões, realizamos um estudo exploratório por meio de entrevistas semiestruturadas a seis membros desse coletivo independente: duas por e-mail e quatro presencialmente. Concluímos que o documentário se afirma com maior potencial para promover a reflexão do que as fotografias, no que diz respeito a questões de desenvolvimento e progresso humano, e que os seus contributos poderão ser ao nível da promoção do debate para a consciencialização. No entanto, não parecem ter criado potencial imediato para o empoderamento da sociedade civil. Assim, sugere-se que, em futuros trabalhos jornalísticos no âmbito de Jornalismo Para o Desenvolvimento, sejam combinadas, sempre que possível, narrativas que associem quer documentários, quer entrevistas registadas em áudio aos principais intervenientes, como forma de empoderar a sociedade e contribuir de forma mais eficaz para a mudança social.
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