Gestão da ansiedade no ensino superior: o contributo de um programa de biofeedback

Tem sido notória a preocupação com o aumento do stresse e perturbações de ansiedade entre alunos do ensino superior. O presente trabalho pretende contribuir para uma linha de investigação inovadora em Portugal que tem como propósito estudar a eficácia do biofeedback na gestão do stresse e ansiedade...

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Detalhes bibliográficos
Autor principal: Chaló, Paulo Alexandre Ferreira (author)
Formato: doctoralThesis
Idioma:por
Publicado em: 2017
Assuntos:
Texto completo:http://hdl.handle.net/10773/21257
País:Portugal
Oai:oai:ria.ua.pt:10773/21257
Descrição
Resumo:Tem sido notória a preocupação com o aumento do stresse e perturbações de ansiedade entre alunos do ensino superior. O presente trabalho pretende contribuir para uma linha de investigação inovadora em Portugal que tem como propósito estudar a eficácia do biofeedback na gestão do stresse e ansiedade nestes alunos. Uma revisão sistemática demonstrou reduzida investigação nesta área, existindo uma congruência de resultados na demonstração da eficácia desses programas. Foram definidos como objetivos: identificar o número mínimo de sessões para a eficácia de um programa de biofeedback; e avaliar essa eficácia na redução e prevenção de valores elevados de stresse e ansiedade. Foram realizados 4 estudos do tipo quasi-experimental, que envolveram 142 estudantes, distribuídos por 2 tipos de grupo. Os grupos experimentais realizaram sessões de biofeedback utilizando o equipamento Biofeedback 2000-xpert, enquanto aos grupos de controlo não foi atribuída nenhuma tarefa. Os dois primeiros estudos permitiram replicar resultados de investigações anteriores com programas de 5 sessões: os alunos com ansiedade elevada dos grupos experimentais apresentaram reduções significativas na ansiedade; os alunos sem ansiedade elevada dos grupos experimentais mantiveram estáveis os níveis de stresse e ansiedade. A comparação entre os programas de 5 e 8 sessões revelou reduções mais significativas no programa de 8 sessões, tendo-se definido esse número como o mínimo de sessões eficazes. Os estudos seguintes procuraram avaliar a sua eficácia utilizando amostras de maior dimensão. Num estudo observou-se uma redução significativa dos valores de stresse e ansiedade no grupo experimental após as 8 sessões, enquanto no grupo de controlo não se registaram variações significativas. No outro estudo, no grupo que realizou as 8 sessões de biofeedback verificaram-se reduções significativas nos índices de stresse total, autoestima e bem-estar, e ansiedade social; enquanto no grupo de controlo se verificaram aumentos significativos ao nível do stresse total, e autoestima e bem-estar. Da integração dos resultados obtidos, constata-se o aumento dos níveis de stresse e ansiedade nos alunos do primeiro ano. Os grupos com valores normais de ansiedade que não realizaram qualquer intervenção apresentaram um aumento significativo do stresse e ansiedade, o que realça a necessidade de desenvolver soluções eficazes, facilmente implementáveis e economicamente viáveis. A criação de programas de biofeedback em instituições do ensino superior poderá ser uma resposta a esta demanda, com bons índices de eficácia tanto ao nível da prevenção como do tratamento de problemas de stresse e ansiedade.