Diagnóstico pré-natal citogenético: o impacto das novas tecnologias

Os testes de despiste rápido das aneuploidias mais comuns (DRA) - dos cromossomas 13, 18, 21, X e Y - são utilizados, como rotina, em diagnóstico pré-natal (DPN), como complemento do estudo do cariótipo. Para tal utilizase a FISH (fluorescence in situ hibridization) e o MLPA (mulpilex ligationdepend...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Pinto, Marta Coelho (author)
Format: masterThesis
Language:por
Published: 2018
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/10773/9750
Country:Portugal
Oai:oai:ria.ua.pt:10773/9750
Description
Summary:Os testes de despiste rápido das aneuploidias mais comuns (DRA) - dos cromossomas 13, 18, 21, X e Y - são utilizados, como rotina, em diagnóstico pré-natal (DPN), como complemento do estudo do cariótipo. Para tal utilizase a FISH (fluorescence in situ hibridization) e o MLPA (mulpilex ligationdependent probe amplification) que possibilitam diagnósticos que, embora direcionados, são mais rápidos, permitindo uma intervenção clínica mais atempada e reduzindo a ansiedade dos progenitores. Neste trabalho pretendeu-se avaliar o impacto que a substituição do cariótipo pelas técnicas de DRA, como método preferencial de diagnóstico, teria no DPN, em todas ou, apenas, nalgumas indicações clínicas, com benefício de tempo e custos. Procedeu-se ao estudo retrospetivo das amostras de líquido amniótico recebidas no laboratório, de 2006 a 2010. Comparou-se a capacidade de deteção das alterações, diagnosticadas pelo estudo convencional, pelas técnicas de DRA utilizadas no laboratório (FISH e MLPA) e avaliou-se a concordância de resultados entre o estudo do cariótipo e o MLPA, se ambos tivessem sido realizados, com sucesso, no total de amostras. Das alterações previamente diagnosticadas pelo estudo convencional a FISH detetaria 61,4% e o MLPA 47,9%, embora em 8,5% levantasse a suspeita de alteração. Sendo ambas metodologias direcionadas, o MLPA é mais económico em termos de tempo e custos. No estudo que avalia a concordância entre o cariótipo e MLPA, considerando o total de amostras, o primeiro teria identificado 241 alterações cromossómicas. O MLPA detetaria 117 (48,5%) destas alterações e em 8,3% levantaria a suspeita de alteração. A percentagem de concordância entre as duas metodologias foi de 98,5%, com 1,5% de resultados falsos negativos, sendo que, destes, 41,3% apresentavam risco elevado ou desconhecido de associação a manifestações fenotípicas. As várias indicações para o teste, individualmente, revelaram valores variáveis de falsos negativos: entre 1% (nas idades maternas avançadas) e 53,1% nos casos em que um dos progenitores é portador de alteração. Estes resultados eram antecipados e estão em concordância com outros já reportados. Embora as técnicas de DRA apresentem grande sensibilidade para despistar as aneuploidias comuns, sejam económicas e permitam um resultado mais rápido, a sua aplicação em substituição do cariótipo implicaria falhas de diagnóstico, com prejuízo emocional e económico para as famílias e, também, para o próprio Estado. São, no entanto, tecnologias complementares importantes para o diagnóstico.