A acessibilidade dos websites dos museus de Portugal para o público com incapacidade

O turismo acessível é um tipo de turismo que tem como objetivo que todas as pessoas possam ter acesso ao turismo. Neste contexto, para que isso seja possível, as atividades económicas que oferecem bens e serviços aos visitantes devem ser acessíveis. No entanto, a acessibilidade não se limita apenas...

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Detalhes bibliográficos
Autor principal: Lemos, Diana Catarina de Pinho (author)
Formato: masterThesis
Idioma:por
Publicado em: 2020
Assuntos:
Texto completo:http://hdl.handle.net/10773/28278
País:Portugal
Oai:oai:ria.ua.pt:10773/28278
Descrição
Resumo:O turismo acessível é um tipo de turismo que tem como objetivo que todas as pessoas possam ter acesso ao turismo. Neste contexto, para que isso seja possível, as atividades económicas que oferecem bens e serviços aos visitantes devem ser acessíveis. No entanto, a acessibilidade não se limita apenas à acessibilidade física dos espaços, existem outros aspetos como a comunicação e informação que são muitas vezes negligenciados, podendo dificultar ou mesmo impedir o acesso a produtos turísticos por parte de pessoas com incapacidade. A prática do turismo é fundamental para a integração de pessoas com incapacidade, uma vez que fomenta o desejo de realizar tarefas diárias, correr riscos e eventualmente aceitar a sua incapacidade (Yau, McKercher, & Packer, 2004a). Além da prática efetiva das atividades turísticas, a preparação de uma viagem, implica atualmente o recurso à internet e, neste sentido, é importante perceber se os websites das empresas que fazem parte da oferta turística dos destinos são acessíveis e se nesses websites são divulgadas informações sobre a acessibilidade dos produtos turísticos que comercializam. Neste contexto, esta dissertação pretende aumentar o conhecimento nesta área, avaliando o nível de acessibilidade dos websites dos museus e analisando o conteúdo dos websites mais acessíveis e menos acessíveis. Para dar resposta a estes objetivos, a metodologia utilizada consistiu em várias etapas. Primeiro, efetuou-se uma revisão da literatura sobre os requisitos que os museus devem cumprir para serem acessíveis e com base nesses requisitos criou-se uma checklist que serviu de base para a análise da informação que era disponibilizada nos websites dos museus. Em seguida, procedeu-se à avaliação do nível de acessibilidade dos websites dos museus tendo como base as Diretrizes de Acessibilidade do Conteúdo Web (WCAG 2.0), com recurso a duas ferramentas de análise: o AccessMonitor e o TAW. Por fim, utilizou-se a checklist desenvolvida para analisar a informação sobre acessibilidade que é divulgada nos websites dos museus que apresentam um maior nível de acessibilidade e nos websites dos museus que apresentam um menor nível de acessibilidade. Os resultados desta investigação (N=575) demonstram que a média de acessibilidade dos websites dos museus é de 5,80, numa escala de 1 a 10 porém, destacam-se a região do Algarve (6,62) e da Área Metropolitana de Lisboa (6,03) que apresentam uma média de acessibilidade superior à média do país. Ainda segundo o AccessMonitor, na nossa amostra, existem 14 websites com um nível de acessibilidade de nível 10, correspondendo a 2,43%. Observou-se também que mesmos os museus que não apresentam problemas em termos de acessibilidade do website não utilizam esta canal de comunicação para divulgar informação sobre a acessibilidade física do espaço e do espólio. No entanto, em termos globais os websites ainda apresentam muitos problemas de acessibilidade que necessitam de ser corrigidos para que todas as pessoas, independentemente das suas capacidades funcionais, possam ter acesso à informação que é disponibilizada nestes canais de comunicação. Por fim, discutem-se as implicações deste estudo, bem como se tecem algumas recomendações para investigações futuras sobre esta temática.