Summary: | A publicação de casos de maus-tratos na infância e juventude pelos media é atualmente essencial para a influência e o debate social sobre as crianças e jovens, incentivando a uma mobilização, sensibilização e consciencialização da sociedade. Este estudo visa essencialmente reconhecer variáveis comuns na mediatização de notícias acerca desta temática. A metodologia utilizada teve por base uma análise/revisão detalhada e criteriosa, de 100 notícias, de Jornais Nacionais (semanários, diários) no período de 2003 a 2015. Conclui-se, através desta análise, que a seleção de uma notícia não é aleatória pois, na mediatização, existe um conjunto de variáveis que se sobrepõem a outras. Ou seja é possível identificar um conjunto de denominadores comuns que se repetem ao longo das manchetes tais como: são vítimas do sexo feminino, com idades compreendidas entre os 6 e os 9 anos e agressores do sexo masculino entre os 20 e os 35 anos. A tipologia de maltrato físico é a mais expressiva. Relativamente ao agressor, verificou-se que o grupo de funcionários afetos a uma instituição/ associação são quem mais mal trata. Numa análise comparativa com os resultados constantes nos Relatórios Anuais de Avaliação de Atividade das Comissões de Proteção de Crianças e Jovens, no limite temporal entre 2013 e 2014, é possível, de facto, constatar que a informação do ponto de vista dos indicadores trabalhados não coincide com os obtidos. Na maior parte das vezes as variáveis encontradas na presente investigação são objeto de uma maior exploração e divulgação por parte da Comunicação Social porque invariavelmente suscitam maior polémica e debate público.
|