Resumo: | Os mercados desempenharam desde sempre um papel essencial na distribuição de produtos às populações. No início da história como recintos ao ar livre e mais tarde como grandes estruturas cobertas e fechadas. As alterações e evoluções das rotinas da sociedade têm tido um forte impacto que tem vindo a gerar a vulnerabilidade do mercado tradicional, passando a ser cada vez menos apreciado e procurado pelo cidadão. Aquele espaço, que em tempos se enchia de gente à procura dos produtos mais frescos e de melhor qualidade biológica dá agora origem a um espaço sem dinamismo. Durante os últimos anos, este problema tem sido particularmente atribuído ao aparecimento de uma oferta competitiva adaptada ao panorama da sociedade e que faz com que este equipamento público seja posto em causa. Poderá o mercado tradicional recuperar um papel estruturante na cidade contemporânea? Será o mercado tradicional suficientemente atrativo para atrair a sociedade atual? Terá este espaço de evoluir para uma época mais contemporânea onde tudo muda e tudo se movimenta a alta velocidade? Deverão os mercados ser substituídos por outros equipamentos ou deverão introduzir novas funções? Poderá o mercado retomar o papel dinamizador na cidade contemporânea? A presente dissertação tem como objetivo responder a estas questões, onde importa refletir o papel do mercado para o contexto atual da nossa sociedade. Pretende-se analisar a história e a evolução do mercado tradicional, e analisar o contexto do atual apontando perspetivas para o futuro. Observam-se três casos de estudo, sendo eles o Mercado de San Miguel em Madrid, o Mercado da Ribeira – Time Out Market em Lisboa e o Mercado do Bom Sucesso no Porto de forma a perceber o seu papel na dinamização da cidade e ensaia-se no projeto do mercado da Póvoa de Varzim os princípios e valores que julgamos poderem orientar a intervenção nos mercados tradicionais para a revitalização da cidade contemporânea.
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