Resumo: | O presente trabalho visa averiguar se existem diferenças nas preferências por faces de diferentes níveis de confiabilidade em função do contexto relacional, por um lado, e por outro lado, se os níveis de ansiedade social e de depressão estão de alguma forma associados a essas preferências. A amostra contou com 48 jovens universitárias com idades compreendidas entre os 18 e os 32 anos, de duas Universidades – Aveiro e Évora. Foi aplicado um protocolo de avaliação constituído por quatro instrumentos (a Escala de Ansiedade em Situações de Interação Social, a Escala de Fobia Social, o Inventário de Depressão de Beck e o Inventário de Traço de Ansiedade) e uma tarefa (julgamentos de preferência das faces consideradas mais atrativas, para uma relação de curta ou longa duração). O grau de confiabilidade das caras foi manipulado de forma implícita, não sendo referido na tarefa proposta. Os quatro instrumentos visam avaliar sintomas emocionais, comportamentais e cognitivos relacionados com a ansiedade social, a ansiedade-traço e a depressão. Os resultados obtidos indicam que o contexto relacional tem influência nos níveis de confiabilidade preferidos (faces mais confiáveis ou menos confiáveis), o que vem de encontro ao esperado, uma vez que as participantes preferem faces de homens mais confiáveis para uma relação a longo prazo e faces menos confiáveis para uma relação a curto prazo. Pelo contrário, o nível de ansiedade social não se relacionou com as preferências por potenciais parceiros em função de variações subjacentes nos níveis de confiabilidade percebida. Os resultados apontam ainda para uma relação entre os níveis de depressão e os níveis de confiabilidade. No contexto de uma relação a curto prazo, as participantes com maior nível de depressão preferem caras menos confiáveis. Estes resultados contribuem para uma melhor compreensão dos processos subjacente às preferências por diferentes características faciais em potenciais parceiros.
|