Perceção do bem-estar sexual e qualidade de vida da mulher com incontinência urinária

Enquadramento: A incontinência urinária (UI) é um problema comum entre as mulheres de todas as idades, constitui um problema clínico major, e representa uma causa significativa de insatisfação sexual e deterioração da qualidade de vida (QDV). Objetivos: Avaliar a qualidade de vida das mulheres com I...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Freire, Raquel Carvalho Rodrigues (author)
Other Authors: Coutinho, Emília Carvalho, orient. (author), Duarte, João Carvalho, co-orient. (author)
Format: masterThesis
Language:por
Published: 2013
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/10400.19/1733
Country:Portugal
Oai:oai:repositorio.ipv.pt:10400.19/1733
Description
Summary:Enquadramento: A incontinência urinária (UI) é um problema comum entre as mulheres de todas as idades, constitui um problema clínico major, e representa uma causa significativa de insatisfação sexual e deterioração da qualidade de vida (QDV). Objetivos: Avaliar a qualidade de vida das mulheres com IU; analisar em que medida as variáveis sociodemográficas, obstétricas e ginecológicas e os estilos de vida interferem com a QDV das mulheres com IU; analisar a influência do impacto e da valorização da IU na QDV das mulheres; determinar se a satisfação sexual influencia a QDV das mulheres com IU. Métodos: Optou-se por um estudo não experimental, de natureza quantitativa, do tipo descritivo-correlacional e explicativo. Para avaliar as variáveis em estudo, o instrumento de colheita de dados é constituído por um questionário (caracterização sociodemográfica, caracterização obstétrica e ginecológica, estilos de vida) e escalas [Escala do Impacto da Incontinência (ICIQ-SF Short Form), Valorização da Incontinência Urinária, Questionário de King’s Health Questionnaire (KHQ), Escala da Sexualidade]. O tipo de amostragem utilizado foi o não probabilístico por conveniência, constituído por 305 mulheres, utentes de um Centro de Saúde e de um Hospital da região centro do País , na faixa etária dos 29 aos 75 anos. Resultados: Na generalidade, as variáveis sociodemográficas, obstétricas e ginecológicas e os estilos de vida interferem na QDV das mulheres com IU; na amostra em estudo, há mulheres com uma QDV fraca e moderada, ainda que a maioria a tenha percecionado como elevada; a maioria das mulheres referiu que a IU tem impacto na sua vida, bem como apresentava incontinência urinária de esforço; maioritariamente, as mulheres não molham a cama, não perdem urina durante a relação sexual, não têm infeções urinárias, dores na bexiga, nem têm problemas relacionados com a perda de urina; a maioria das mulheres com uma QDV fraca e a maioria das mulheres com uma QDV moderada revelou uma sexualidade fraca, enquanto a maioria das mulheres com uma QDV elevada apresentou uma sexualidade alta; quanto maior o impacto da IU na mulher, mais elevada é a perceção de saúde; quantos mais filhos tiveram, mais idade e quanto maior é a incontinência de urgência, maior é a perceção da saúde; quanto maior o impacto da IU na mulher, mais elevado é o seu impacto na QDV; quanto maior a estima sexual, quanto maior é a incontinência de esforço, a preocupação sexual e o número de vezes que esteve grávida, maiores são as suas limitações e maior é o seu impacto na QDV; quanto maior a incontinência de esforço na mulher, mais elevadas são as limitações físicas; quanto maior o impacto na incontinência e maior a incontinência de urgência, maiores são as limitações físicas; quanto maior é a incontinência de esforço, a idade e o IMC mais elevadas são as limitações sociais nas mulheres. Inferiu-se que quanto maior é o impacto da IU, mais elevadas são as relações pessoais; quanto maior a incontinência de esforço, os anos de perda de urina e o total da sexualidade, mais afetada é a relação pessoal, mais afetadas estão as emoções, mais sonolência têm as mulheres, e maior é a deterioração da QDV. Conclusão: Concluiu-se que nas mulheres com IU estão afetados vários domínios da sua existência, o que interfere na sua QDV. Palavras-chave: Incontinência urinária; Mulher, Bem-Estar Sexual; Qualidade de Vida.