HIV-1 na República Democrática de São Tomé e Príncipe: estudos sobre a situação actual

Este projecto de investigação aborda três aspectos da infecção por HIV na República Democrática de São Tomé e Príncipe (STP), nomeadamente: (i) epidemiologia dos vírus circulantes; (ii) subtipos de HIV-1 e sua filogenia; (iii) resistência a fármacos antirretrovirais. Após a aprovação pela Comissão d...

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Detalhes bibliográficos
Autor principal: BONFIM, Idalina dos Ramos (author)
Formato: doctoralThesis
Idioma:por
Publicado em: 2019
Assuntos:
Texto completo:http://hdl.handle.net/10362/59228
País:Portugal
Oai:oai:run.unl.pt:10362/59228
Descrição
Resumo:Este projecto de investigação aborda três aspectos da infecção por HIV na República Democrática de São Tomé e Príncipe (STP), nomeadamente: (i) epidemiologia dos vírus circulantes; (ii) subtipos de HIV-1 e sua filogenia; (iii) resistência a fármacos antirretrovirais. Após a aprovação pela Comissão de Ética local, a epidemiologia dos vírus circulantes foi estudada numa amostragem efectuada nos distritos de Água Grande e Mé Zóchi, em 2007. Envolveu 1018 participantes de ambos os sexos dos 14 aos 65 anos, e consistiu num questionário anónimo com colheita de amostras aleatorizadas de sangue venoso. Estas foram testadas com “Determine™ HIV ½” (Abbott Diagnostics Il., USA) e, quando positivo, retestadas com “VIDAS™ HIV DUO” (BioMérieurx SA). Só cinco casos foram positivos em ambos os testes, quatro de sexo masculino e um feminino. Os subtipos de HIV-1 e a sua filogenia foram estudados no plasma de 93 amostras de conveniência de pessoas entre os 7 e os 63 anos, de ambos os sexos. Estas amostras foram colhidas em diferentes instituições de Saúde do país, de 2004 a 2007. Dois fragmentos do gene da polimerase (pol) – um sendo a totalidade da protease (PR, codões 1-99) e o outro, parte da transcriptase reversa (RT, codões 1-335) – foram amplificados e sequenciados com “ViroSeq HIV-1 System” e o sequenciador “ABI 3100”. As sequências cDNA resultantes da PR e da RT foram analisadas com os algoritmos de subtipagem “HIVSeq” e “REGA Subtyping Tool”. Foram desenhadas árvores filogenéticas por comparação com as sequências de referência do grupo M. As discrepâncias encontradas entre os dois algoritmos foram analisadas com o software Simplot v3.2. Algumas amostras foram classificadas como subtipos puros (A, C, D, F, G, H, J) mas nenhum subtipo B foi encontrado. As amostras, na sua maioria (56%), eram recombinantes (CRF02_AG, CRF02_AG/G, CRF02_AG/H, A/CRF02_AG, K/CRF02_AG, CRF01_AE/CRF02_AG), sugerindo transmissão local. Os subtipos A, G e os seus recombinantes representaram mais do que ¾ do total. Em pessoas infectadas, nas mesmas sequências de cDNA quer de doentes nunca tratados quer de doentes sob tratamento, o padrão de resistências genotípicas aos ARVs foi avaliado com o “Stanford HIV Drug Resistance Algorithm” (beta test). As mutações de resistência encontradas foram: uma de tipo PIs (primária – F53L), oito de tipo NRTIs (M41L, T69N/S, M184I/V, T215Y/S e K219Q) e seis de tipo NNRTIs (A98G, K103N/S, V179E, Y181C, G190A). Foram também encontrados vários polimorfismos nos sítios da PR e da RT.Embora a prevalência do HIV-1 fosse ainda relativamente baixa (0,5%), a grande diversidade genética dos vírus de subtipos não-B em circulação em STP, pode comprometer quer a fiabilidade dos testes serológicos quer a eficácia de hipotéticas futuras vacinas para os países da África Central e da costa Ocidental.