Summary: | Este estudo pretende analisar a Censura a textos teatrais e a processos de criação teatral, durante o Governo de Marcello Caetano, com incidência na chamada Primavera Marcelista (1968-1970). As determinações legais para a Censura surgem durante a Ditadura Militar, em 1927. António de Oliveira Salazar, quando ascende ao poder em 1933, mantém e aprimora todos os instrumentos de controlo da Censura, ao longo do Estado Novo. A doença e consequente incapacidade de António Salazar governar o país motiva a sua substituição por Marcello Caetano em 1968. Esta alteração de governante, num regime que durava há 35 anos, provocou uma vaga de esperança de que a política ditatorial imposta aliviasse. Na cultura em geral e, em particular, no Teatro, a expectativa de alguns dos seus intervenientes apontava para uma maior abertura para a introdução de autores e temas, até então proibidos. O trabalho está dividido em duas partes. Na primeira parte identifica-se as alterações legislativas referentes à Censura no Teatro durante o Estado Novo, descreve-se e compara-se os procedimentos e mecanismos usados pela Comissão de Censura entre o Governo Salazarista e o Governo Marcelista. Na segunda parte toma-se como objeto paradigmático a análise da Censura aplicada às propostas de espetáculos e peças de Luzia Maria Martins, dramaturga e encenadora, codirectora de uma companhia de teatro Lisboeta, o Teatro Estúdio de Lisboa, durante o Marcelismo.
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