Summary: | A partir da análise de dois agrupamentos verticais de escolas ao abrigo do Programa TEIP2, procura-se explorar as relações de poder e construção de lideranças nestes contextos específicos, tendo em conta igualmente as modificações no modelo organizacional nas escolas, nomeadamente a re-introdução da figura do director. Pretendia-se, principalmente, compreender as dinâmicas organizacionais, reflectidas nos modos de liderar e nas relações de poder, nesses dois agrupamentos, e a forma como estas foram ou não influenciadas pelas recentes mudanças organizacionais e pelo próprio projecto TEIP. Neste sentido recorre-se aos contributos teóricos de Weber sobre poder nas relações sociais - os ideais-tipo de poder tradicional, legal e carismático; e à perspectiva mais recente e mais focada nos contextos organizacionais de Crozier e Friedberg, que permite equacionar a importância do contexto e das estruturas informais na análise do poder. A metodologia de estudos de caso, incluindo entrevistas, focus group, observação de quotidianos, análise documental e aplicação de inquéritos permitiu recolher testemunhos de 58 actores das duas comunidades educativas. As principais conclusões apontam no sentido de fracas alterações na estrutura organizacional destas escolas, ao abrigo do TEIP; de uma significativa tensão entre o poder tradicional e legal; da irrelevância do Conselho Geral nestas dinâmicas; da afirmação das directoras principalmente através da actuação como gestoras peritas e não como líderes carismáticas e da importância da figura dos coordenadores TEIP e do próprio projecto para a coesão nos processos organizacionais e para a inserção reconhecida de práticas mais sistemáticas de reflexão sobre os agrupamentos e os territórios.
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