Iconografia de Gungunhana: representações do rei negro em Portugal (1890-1940)

No tenso cenário político entre, por um lado, a partilha de África e a humilhação do Ultimato britânico e, por outro, o regicídio e o fim da monarquia, num contexto onde as novas tecnologias de comunicação vinham aumentar o alcance e a popularidade das informações e das mensagens, a captura do “rei...

ver descrição completa

Detalhes bibliográficos
Autor principal: Vacha, A. (author)
Formato: article
Idioma:por
Publicado em: 2021
Assuntos:
Texto completo:http://hdl.handle.net/10071/22902
País:Portugal
Oai:oai:repositorio.iscte-iul.pt:10071/22902
Descrição
Resumo:No tenso cenário político entre, por um lado, a partilha de África e a humilhação do Ultimato britânico e, por outro, o regicídio e o fim da monarquia, num contexto onde as novas tecnologias de comunicação vinham aumentar o alcance e a popularidade das informações e das mensagens, a captura do “rei selvagem” e a sua vinda para a metrópole deram origem a uma produção iconográfica em variados suportes. A estética corporal, os anéis nos tornozelos e a coroa de cera tornaram-se elementos simbólicos da alteridade representada por Gungunhana ao longo de décadas. O rei foi sem dúvida o negro mais famoso do Império Português até aos anos 60 e a popularidade que ganhou, antes e depois da captura em Chaimite, fez dele um verdadeiro prisma das diferentes representações do “Outro”. A sua iconografia pode revelar muito sobre a mentalidade das épocas e dos sucessivos contextos de produção e receção.