Summary: | O Desenho e a Arquitetura. A presente prova final consiste numa investigação sobre o Desenho enquanto ferramenta e metodologia em Arquitetura capaz de mediar as relações entre um Lugar Vivido e um Lugar Imaginado. Enquanto experiência e processo de relação inicial com o arquiteto, o desenho do lugar vivido possibilita uma reflexão sobre esse mesmo lugar, originando um lugar imaginado. Esta relação no entendimento do lugar, requer uma análise sobre a fase fenomenológica, como disciplina, que versar-se-á sobre a perceção, sobre a relação do indivíduo com o mundo exterior e sua experiência com esse espaço - o observador. Este observador, enquanto perceção e representação do espaço, explora uma técnica de exploração arquitetónica que vai desde o desenho de registo ao desenho de análise. A importância desta ferramenta dentro desta temática, é visível, no início do século, por exemplo na Voyage d'Orient, de Le Corbusier, na interpretação daquele lugar, lugar vivido. É nesta aparente perceção da realidade, que o observador, na leitura e análise pelo desenho, se transforma em criador, capaz de potenciar uma reinterpretação desse lugar. Este desenho na fase metafísica de criação, assume um papel determinante na vertente de comunicação, de análise e representação. Análise pela qual, Le Corbusier, recorre à perceção inicial daquele lugar, e o reinterpreta, transformando-o numa possibilidade projetiva, anos mais tarde. A metafísica como análise de uma memória passada, que a altera para potenciar o aparecimento de uma nova arquitetura - princípios do lançamento moderno representados sob a forma de fotografia. No entanto, como desenvolvimento do processo arquitetónico, existe uma transformação na técnica do desenho. A união entre o desenho e a fotografia em forma de colagem e fotomontagem, irá aparentemente criar uma representação e criação de um lugar. Todavia, a realidade desse lugar, apresenta-se como união entre uma realidade projetiva e real, que é também uma união num mesmo suporte, do lugar vivido e lugar imaginado. É nesta transição para a segunda metade do século, que estas novas abordagens provocaram o surgimento do início da manipulação do lugar ou da mitificação dessa certa realidade. Desta forma, é necessário verificar de que modo a função do desenho estará associada ao processo arquitetónico e sua relação com o lugar ao longo o século XX à atualidade. Para tal, pelas especificidades do desenho, quer técnica quer conteúdo, serão usados desenhos enquanto artefactos de, Le Corbusier, Mies Van der Rohe, Stanley Tigerman, Rem Koolhaas e Bernard Tschumi. Interessa perceber de que modo a função do desenho, enquanto método de processo analítico e representativo, se tem vindo a transformar. É, por isso objetivo, investigar a função do desenho ao longo do período estabelecido, e perceber de que modo a sua própria técnica se estendeu em novas abordagens como desvinculação ao lugar.
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