Resumo: | Esta dissertação tem como objetivo analisar, com base numa amostra de 2.010 empresas portuguesas, sem valores cotados em bolsa, e para o período de 2011 a 2013, se a contabilização dos impostos diferidos é apenas determinada pela aplicação da NCRF 25, ou se é influenciada pela presença de incentivos à manipulação dos resultados no sentido ascendente. A evidência obtida demonstra que as empresas cumprem as regras de contabilização previstas na NCRF 25, no reconhecimento de ativos por impostos diferidos para perdas por imparidade em dívidas a receber e prejuízos fiscais reportáveis e no reconhecimento de passivos por impostos diferidos para excedentes de revalorização. Os resultados obtidos não possibilitam afirmar que foi a contabilização dos impostos diferidos que permitiu “evitar perdas”, isto é, que determinou a apresentação de “pequenos ganhos”. Porém, observa-se que as empresas situadas no intervalo de “pequenos ganhos” contabilizaram os impostos diferidos de uma forma consistente com a necessidade de aumentar os resultados, sugerindo que os impostos diferidos podem ter sido uma das rubricas utilizadas para atingir aquele objetivo. Observa-se ainda que as empresas mais dependentes do financiamento bancário procuram diminuir o seu imposto diferido para, dessa forma, aumentar os resultados. No entanto, contrariamente às expectativas, a discricionariedade parece ser exercida através dos passivos por impostos diferidos e não através dos ativos por impostos diferidos.
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