Summary: | Apesar de o brincar ser encarado como uma atividade imprescindível para o desenvolvimento holístico das crianças, atualmente, muitos dos estabelecimentos de educação pré-escolar desvalorizam esta prática em detrimento de atividades precocemente escolarizadas. Da mesma forma, os materiais proporcionados às crianças são cada vez mais estruturados. É, portanto, imperativo que os/as educadores/as repensem as suas práticas e proporcionem ambientes e materiais diversificados que potenciem brincadeiras mais complexas e desenvolvidas. Pelas razões anteriormente enunciadas, o projeto de investigação consistiu na criação e apetrechamento de uma área com materiais não estruturados, monitorizando as interações e o brincar das crianças com os vários objetos. O estudo envolveu vinte crianças (treze do sexo masculino e sete do sexo feminino), com idades compreendidas entre os três e os cinco anos. A metodologia de investigação centrou-se numa abordagem de cariz qualitativo. Os dados foram recolhidos através da observação participante, registos escritos e multimédia e a utilização de uma grelha de observação com indicadores relativos ao envolvimento e bem-estar das crianças. A análise dos dados permitiu concluir que durante as suas explorações as crianças evidenciaram níveis elevados de bem-estar e de envolvimento. Do mesmo modo, foram percecionados vários tipos de brincadeiras que surgiram a partir do brincar com materiais não estruturados, com principal destaque para o brincar exploratório, onde os significados atribuídos pelas crianças, a estes materiais, revelaram a sua capacidade de exploração, imaginação e criatividade.
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