Summary: | A descaracterização do mundo rural em geral e da região do Minho em particular, fez emergir a necessidade de investigar de que forma se pode projetar e materializar nestes territórios preservando a harmonia do lugar e o respeito pela paisagem. Entende-se que este equilíbrio deriva da combinação de vários fatores, nomeadamente do conjunto de cores e texturas resultante dos materiais escolhidos e utilizados na construção em cada região. No Minho, os materiais mais utilizados são a pedra e a madeira. Compreendeu-se o valor destes materiais na arquitetura tradicional, recuperando os ensinamentos vernaculares e populares, transportando-os para a contemporaneidade, permitindo assim ensaiar um Centro de Formação em Lamas de Mouro, Melgaço. Para tal, tornou-se necessário proceder a uma investigação sobre os materiais enquanto elementos orgânicos e possuidores de características técnicas e estéticas únicas, direcionando essa análise para a importância da identidade de cada local. Identificou-se a revolução industrial como um momento de mudança, de novos valores, de novos materiais, louvando os arquitetos, que no auge da euforia da modernidade, lutaram pelo respeito e preservação do lugar, baseando o seu trabalho na verdade dos materiais. Posteriormente, procurou-se expor o uso atual da pedra e da madeira na ruralidade através de um discurso teórico e prático, recorrendo a doutrinas e projetos de arquitetos contemporâneos. Os materiais locais são determinantes na caracterização e identificação do território. Percebeu-se então que o conhecimento ancestral aliado ao conhecimento contemporâneo é a solução para se intervir no meio de forma responsável, preservando o ambiente, a cultura e o lugar. A criação de um centro de formação surgiu nesse sentido, de formar a sensibilizar quem pretende intervir no meio rural.
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