| Summary: | Ao longo do tempo têm surgido críticas à utilidade do orçamento, defendendo que este deve ser adaptado ou abandonado (Hansen et al., 2003). Destas críticas, salienta-se que esta é uma ferramenta de gestão que origina demasiados custos, consumidora de tempo e com informação obsoleta, que fomenta uma postura de gestão centrada em lógicas de comando e controlo. Por outro lado, argumenta-se que o orçamento potencia a tomada de decisão centralizada e desencoraja a partilha de informação, fazendo com que a resposta às necessidades e alterações na envolvente seja demasiado tardia, tornando-o assim desadequado face a contextos da envolvente dinâmicos e incertos (Hope e Fraser, 2003a). Neste contexto, o objetivo da presente dissertação é analisar o comportamento e utilidade duma ferramenta (rolling forecast) que tem vido a ser apontada na literatura como uma forma de contrariar o caráter estático do orçamento tradicional, num contexto onde a envolvente é extremamente incerta e dinâmica, como é o caso da presente pandemia COVID-19. Para responder à questão de investigação a presente tese recorre à metodologia de estudo de caso. A recolha de evidência empírica foi concretizada através de três entrevistas efetuadas ao CEO e à assistente da direção de uma PME da fileira da saúde (LineaMédica) e na análise de documentos internos e públicos. A análise do estudo de caso sugere que a organização estudada, apesar de ter encontrado alguma utilidade na ferramenta do rolling forecast, ao ter contribuído para a sua capacidade adaptativa e de resposta face às oportunidades de mercado que surgiram, em envolventes extremamente dinâmicas e incertas (resultado das limitações da pandemia), não consegue ser um substituto adequado às ferramentas de planeamento e controlo tradicionais.
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