Summary: | Atualmente a obesidade é considerada a desordem nutricional mais comum em todo o mundo. É considerada não apenas um problema de estética, mas principalmente um problema de saúde, responsável pelo aparecimento de doenças graves e pelo aumento da mortalidade e da morbilidade. A obesidade é reconhecida como um distúrbio inflamatório crónico de baixo grau e vários estudos sugerem que este estado inflamatório favorece o aumento do risco de várias doenças, incluindo doenças cardiovasculares, diabetes, osteoartrite, dispneia, apneia do sono, doença pulmonar obstrutiva crónica, entre outras. De entre estas complicações, a diabetes é a que se relaciona mais fortemente com a obesidade. Segundo alguns estudos, em países ocidentais, cerca de 58% dos casos de diabetes tipo 2 estão relacionados com o excesso de peso. Existem igualmente evidências que a obesidade e a diabetes do tipo 2 predispõem para a doença de Alzheimer. A obesidade e o excesso de peso podem ser combatidos utilizando diversas terapias. Uma destas é a fitoterapia, terapia que se tem vindo a assumir cada vez mais como um tratamento de escolha pelo doente que pretende reverter a sua patologia, principalmente pela facilidade de acesso a este tipo de compostos. A fitoterapia é uma forma de tratamento baseada nas propriedades naturais curativas de plantas medicinais e os efeitos destas plantas dependem da sua composição. A fitoterapia tem sido reconhecida como benéfica e eficaz em vários tipos de patologias, entre as quais a obesidade e excesso de peso. O recurso à fitoterapia no tratamento da obesidade é uma prática comum, destacando-se como exemplos de fitoterápicos que foram alvo de um estudo mais aprofundado nesta tese: a laranjeira amarga (Citrus aurantium), o tamarindo do malabar (Garcinia cambogia) e a planta de chá verde (Camellia sinensis). Estes extratos de plantas contendo moléculas bioativas podem contribuir para a ocorrência de interações medicamentosas, quando administrados a pacientes sob tratamento farmacológico convencional. De acordo com estudos publicados, os compostos farmacologicamente ativos das plantas podem interferir significativamente na farmacocinética e/ou farmacodinâmica de diversos fármacos, podendo provocar consequências graves aos pacientes. O objetivo principal desta dissertação é a apresentação de uma revisão bibliográfica sobre o uso da fitoterapia como uma opção viável e acessível, para o tratamento da obesidade, realçando quer os seus benefícios, quer os potenciais riscos e/ou limitações. Pretende-se identificar os fitoterápicos com ação anti obesidade, e ainda outros usados na perda de peso corporal, discutindo o seu mecanismo de ação e debatendo outros efeitos que possam resultar da sua utilização, nomeadamente no que respeita a aspetos relacionados com a toxicidade e/ou a possível ocorrência de interações com outros fármacos em pacientes polimedicados.
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