Alexitimia e avaliação da valência e arousal de expressões emocionais

A alexitimia foi inicialmente definida por Sifneos em 1975, na qual o indivíduo apresenta dificuldades na identificação e descrição de sentimentos, assim como um pensamento direcionado para o exterior (Sifneos, 1975, pg. 67, cit. por Grynberg et al., 2012). Este estudo tem como objetivo avaliar a in...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Pedro, Tânia Margarida Jesus (author)
Format: masterThesis
Language:por
Published: 2014
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/10773/12764
Country:Portugal
Oai:oai:ria.ua.pt:10773/12764
Description
Summary:A alexitimia foi inicialmente definida por Sifneos em 1975, na qual o indivíduo apresenta dificuldades na identificação e descrição de sentimentos, assim como um pensamento direcionado para o exterior (Sifneos, 1975, pg. 67, cit. por Grynberg et al., 2012). Este estudo tem como objetivo avaliar a influência de níveis de alexitimia na identificação e avaliação de expressões faciais de emoção. Deste modo foi utilizado um modelo categorial de emoções básicas (identificação de emoções) e um modelo dimensional – Modelo Circumplexo do Afeto (utilização das dimensões de valência e arousal). Neste estudo participaram 84 estudantes da Universidade de Aveiro, tendo sido utilizadas como medidas de autorrelato a TAS-20, a EARCDE e o QRE. Os resultados parecem indicar que indivíduos com características de alexitimia apresentam dificuldades na identificação de, nomeadamente, emoções de medo, surpresa, raiva e faces neutras e de raiva, parecendo também existir uma influência negativa quando os pensamentos são direcionados para o ambiente externo. Importa referir que foram visíveis diferenças significativas entre participantes com baixos e elevados níveis na TAS-20 na identificação incorreta de faces neutras e de raiva como sendo de medo. Quanto aos resultados obtidos com a EARCDE, estes não foram ao encontro do esperado, contudo sugere-se que estes poderão ter sido negativamente afetados pelos erros gerados na identificação das emoções. Relativamente à capacidade do indivíduo em regular as próprias emoções, verificou-se uma relação positiva com a percentagem de acertos das emoções, pressupondo-se que indivíduos com características de alexitimia poderão apresentar dificuldades a este nível, uma vez que evidenciaram dificuldades em identificar emoções. Por último, não se verificaram diferenças entre indivíduos com baixos e elevados níveis de alexitimia na TAS-20, relativamente à avaliação das emoções nas dimensões de valência e arousal, o que poderá indicar que alexitimicos apresentam, principalmente um défice a nível categorial. Este estudo contribui para uma melhor compreensão da influência das capacidades de diferenciação e regulação emocional na avaliação de faces, assim como um maior conhecimento das dificuldades de estudantes universitários com características de alexitimia.