| Summary: | A morte e o processo de morrer s?o ainda nos dias de hoje uma problem?tica de dif?cil abordagem que gera nas pessoas uma multiplicidade de sentimentos e uma complexidade de atitudes, que influenciam a postura em todo o processo de cuidar. Quem assume o compromisso de cuidar no domic?lio durante o processo de morrer, tem que primeiramente ultrapassar obst?culos pessoais, redefinir prioridades e atender a pessoa como um todo. Tendo por base a tem?tica central deste estudo ?O Processo de morrer no domic?lio? constitui-se como objectivo: compreender a operacionaliza??o do processo de morrer no domic?lio, tendo como finalidade contribuir para a sensibiliza??o da sociedade e comunidade cient?fica para a necessidade de acompanhar o processo de morrer no domic?lio, dignificando a morte. Estudo de natureza qualitativa, desenvolvido numa perspectiva fenomenol?gica, recorreu-se ? entrevista semi-estruturada como t?cnica de recolha de dados em que os participantes eram familiares cuidadores da pessoa em fim de vida que residiam na ?rea de influ?ncia do ACES C?vado II Ger?s/Cabreira. Os dados obtidos foram submetidos a an?lise de conte?do segundo Bardin (2011). Os resultados sugerem que cuidar de um ente querido no domic?lio durante o processo de morrer representa para os familiares cuidadores uma actividade imersa em dificuldades e exig?ncias pelo fato de existir uma falta de cobertura assistencial por parte dos cuidados de sa?de prim?rios e pela desarticula??o existente entre os diferentes n?veis de cuidados, estando muitas vezes as fam?lias entregues a si pr?pria, sem apoio, acompanhamento e aten??o. Por?m, a maioria dos familiares considera que cuidar no domic?lio durante este per?odo da vida, permite-lhes elaborar o seu processo de luto e dignificar a morte. Revelam que algumas pessoas em fim de vida, vivem os seus ?ltimos dias repletos de sofrimento e dor, e procuram adotar estrat?gias como o toque, a presen?a cont?nua, as manifesta??es afectivas e a comunica??o oral, como forma de promover o conforto. Sobressai deste estudo a necessidade de uma mudan?a no paradigma de cuidar, devendo este ser centrado na pessoa, na fam?lia e na satisfa??o das necessidades desta unidade a cuidar. S?o necess?rias equipas de sa?de presentes, dispon?veis e dedicadas, com forma??o em cuidados paliativos para que o processo de morrer no domic?lio seja uma realidade.
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