A metalinguagem religiosa: as aves como metáforas e símbolos na mitologia egípcia

Um dos aspectos mais notáveis da mitologia egípcia é o enorme número de divindades com representações zoomorfas ou híbridas/ bimórficas (corpo humano com cabeça animal ou corpo animal com cabeça humana). Essas formas são produto de um compromisso criativo entre um pensamento antropomórfico e as apar...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Sales, José das Candeias (author)
Format: article
Language:por
Published: 2021
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/10400.2/11043
Country:Portugal
Oai:oai:repositorioaberto.uab.pt:10400.2/11043
Description
Summary:Um dos aspectos mais notáveis da mitologia egípcia é o enorme número de divindades com representações zoomorfas ou híbridas/ bimórficas (corpo humano com cabeça animal ou corpo animal com cabeça humana). Essas formas são produto de um compromisso criativo entre um pensamento antropomórfico e as aparências das forças naturais-animais. As aves não escaparam a esta apropriação mitológica e surgem associadas a divindades de primeiro plano do panteão: estão nesse caso os falcões, o abutre, a íbis e o ganso. Além desta faceta de presença das aves em plena associação com grandes divindades do panteão egípcio, é possível vê-las também usadas simbolicamente para exprimirem alguns aspectos da personalidade humana e conceitos maiores do pensamento religioso egípcio. Estão neste caso, sobretudo, a ave-ba e a íbis-akh. No antigo Egipto, as aves, tratadas teológica e iconograficamente, ajudaram, pois, a corporizar formas divinas, convicções e conceitos espirituais.