Summary: | O crescente aumento da população idosa é um dos principais fenómenos mundiais que tem preocupado a sociedade uma vez que o processo do envelhecimento pode implicar um desequilíbrio biopsicossocial. O declínio cognitivo e as alterações psicossociais estão intimamente relacionados com o aparecimento de síndromes demenciais com prejuízo na autonomia e independência do idoso, o que constitui fatores de risco para a institucionalização. Assim sendo, é importante não só prevenir a deterioração física e funcional como também as perdas a nível cognitivo e psicológico. A literatura sugere que programas de treino de estimulação cognitiva possuem um efeito positivo no desempenho cognitivo do idoso, na diminuição da sintomatologia depressiva e na melhoria ou manutenção da sua funcionalidade. Objetivou-se neste estudo implementar um treino de estimulação cognitiva, em idosos institucionalizados, sem perturbações neurocognitivas e observar o seu impacto na amostra constituída. Trata-se de um estudo descritivo, longitudinal de carácter quantitativo, utilizando quatro instrumentos de avaliação, um deles, o Mini Exame do Estado Mental de Folstein e McHugh (1975), traduzido e adaptado para a população portuguesa por Guerreiro e colaboradores (1994), o Teste do Desenho do Relógio de Shulman (1986), a Escala de Depressão Geriátrica de Brink, Yesavage, Lum, Heersema, Adey e Rose (1982) e o Índice de Barthel, originalmente desenvolvido por Mahoney e Barthel (1965). A amostra é constituída por 10 idosos, institucionalizados na Santa Casa da Misericórdia de Vinhais, aos quais foram aplicados os referidos testes antes e após a implementação de um treino cognitivo com a duração de 6 semanas, em 12 sessões de uma hora e trinta minutos cada uma. Verificaram-se evidências estatísticas que nos permitem afirmar, a um nível de significância de 0,05, que as médias do total dos testes aplicados refletem melhoria no perfil cognitivo dos idosos e na diminuição de sintomatologia depressiva. Ao nível da funcionalidade não foram verificadas alterações nos dois momentos de avaliação. Os resultados demonstraram que a implementação de um treino de estimulação cognitiva contribui para preservação e melhoria dos domínios cognitivos dos idosos, diminuindo a sintomatologia depressiva e manutenção da sua funcionalidade.
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