Problemas de atenção e hiperatividade em crianças em acolhimento residencial e em crianças da comunidade expostas à adversidade

O acolhimento residencial está associado a dificuldades no desenvolvimento da criança (Lawler et al., 2014), incluindo nos processos atencionais (Hawk & Mccall, 2010). Neste estudo analisou-se as associações entre os problemas de atenção e hiperatividade e a exposição à adversidade precoce, e ex...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Serrão, Vítor Hugo Alves (author)
Format: masterThesis
Language:por
Published: 2021
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/10071/21352
Country:Portugal
Oai:oai:repositorio.iscte-iul.pt:10071/21352
Description
Summary:O acolhimento residencial está associado a dificuldades no desenvolvimento da criança (Lawler et al., 2014), incluindo nos processos atencionais (Hawk & Mccall, 2010). Neste estudo analisou-se as associações entre os problemas de atenção e hiperatividade e a exposição à adversidade precoce, e examinou-se o papel moderador do contexto atual de cuidados naquela relação (i.e., acolhimento residencial versus família). A amostra incluiu 78 crianças, e respetivos cuidadores, com idades compreendidas entre os 8 e os 15 anos, divididas em três grupos. O Perfil de Historial Traumático (Ramos, 2020), preenchido pelas equipas técnicas das casas de acolhimento e pelos cuidadores das crianças da comunidade, permitiu analisar as experiências adversas precoces às quais as crianças estiveram expostas. A forma reduzida da escala de Conners para pais (EC-R; versão portuguesa; Rodrigues, 2004) foi preenchida pelos cuidadores, para avaliação dos problemas de atenção e hiperatividade. Os problemas de atenção e hiperatividade revelaram estar associados à exposição a mais experiências adversas nas crianças do Grupo 1, e à idade e ao sexo masculino nas crianças do Grupo 2. A acumulação de experiências adversas emergiu como o único preditor dos problemas de atenção e hiperatividade. O contexto atual de cuidados não revelou ser um moderador estatisticamente significativo. Estes resultados destacam os efeitos negativos das experiências adversas precoces no desenvolvimento da criança, reforçando a necessidade de mais investigação sobre o tema.