Resumo: | O presente trabalho está inserido na temática da competência intercultural e a relação entre técnicos de intervenção social e comunitária e famílias de minorias étnicas. O objectivo geral deste estudo quantitativo foi analisar a percepção da competência intercultural dos técnicos e a das famílias de minorias étnicas em intervenção comunitária, visto existirem escassos estudos neste âmbito. A amostra foi de 109 membros de famílias de minorias étnicas e 42 técnicos de intervenção social e comunitária. Aplicou-se a ambos os grupos questionários de avaliação de competências interculturais, adaptados da literatura internacional, possuindo duas versões: versão das famílias e versão dos técnicos. Aos primeiros aplicou-se o questionário através de uma entrevista individual para facilitar a compreensão dos itens por parte dos participantes, derivado à sua diversidade cultural/linguística. Ambas as versões dos questionários basearam-se no modelo de Sue et al. (1992), composto por três dimensões: consciência, conhecimento e competências práticas do profissional. Os principais resultados demonstraram que existe correlação entre a escala total das duas versões (famílias de minorias étnicas e técnicos) com as respectivas subescalas. No entanto, não foi encontrada uma correlação entre a escala total das famílias com a escala total dos técnicos, com excepção do facto de que as famílias parecem avaliar melhor as estratégias de intervenção daqueles técnicos que têm mais conhecimento. Os profissionais deste estudo pareceram referir que se percepcionam como razoavelmente competentes neste domínio, apesar de indicarem não ter qualquer tipo de formação específica na área da diversidade cultural. As limitações encontradas ao longo do estudo foram discutidas e as possíveis sugestões para futuros trabalhos foram delineadas.
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