Summary: | RESUMO: O cancro da mama (CM) é a principal causa de mortalidade por cancro em mulheres, sendo responsável por cerca de 684,996 óbitos em 2020, 15.5% de todas as mortes. Embora a quimioterapia aumente as taxas de sobrevivência, muitos pacientes acabam por sofrer recidivas. A principal causa da falha terapêutica é a resistência a fármacos (DR). A identificação de novos alvos terapêuticos para superar a DR é um desafio constante na quimioterapia. Portanto, a identificação de biomarcadores de DR pode auxiliar na monitorização da progressão da doença, resposta ao tratamento e na identificação de alvos terapêuticos. DR está frequentemente associada à sobreexpressão de transportadores transmembranares de efluxo, como ABCB1. Porém, dados anteriores mostraram que a sua expressão varia ao longo do tempo, impossibilitando o seu uso como biomarcadores. MicroRNAs (miRNAs) modulam a expressão génica, regulando várias vias celulares, e foram descritos níveis aberrantes de miRNA associados a DR. Assim, desenvolvemos uma linha celular de CM MCF-7 resistente a 25 e 35 nM de doxorrubicina (DOX). Realizamos ensaios de viabilidade como o MTT e ensaios funcionais para avaliar o efluxo por microscopia de fluorescência e citometria de fluxo, e a expressão da proteína ABCB1 por microscopia de imunofluorescência e Western blot. Perfis de expressão de miRNA e seus potenciais alvos foram avaliados. Células resistentes a DOX não apresentaram aumento de efluxo, contudo, há um ligeiro aumento da proteína ABCB1 em células MCF-7/DOX 35 nM. Uma análise de expressão global de > 2000 miRNAs nas células MCF-7/DOX 25 nM revelou 171 miRNAs diferencialmente expressos em comparação com as MCF-7, com alvos putativos. Na nossa análise, ABCB1 não representa um fator preponderante na fase inicial da resistência à DOX. Todavia, já são visíveis mudanças epigenéticas. Estudos futuros devem ser realizados ao longo do estabelecimento da resistência, a fim de avaliar fatores críticos neste processo.
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