Summary: | Os objetivos deste capítulo são: (i) analisar a evolução e as alterações recentes da origem geográfica dos alunos estrangeiros a frequentar o ensino superior em Portugal; (ii) compreender o aumento da presença de estudantes brasileiros nas instituições portuguesas de ensino superior, num contexto de redução dos fluxos migratórios laborais; (iii) discutir os motivos associados à escolha do país e da universidade de destino; e (iv) refletir sobre as suas experiências de vida em Portugal e intenções de mobilidade futura. O estudo baseia-se na análise de dados estatísticos disponibilizados pela Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência (DGEEC) do Ministério da Educação e Ciência (de Portugal), referentes aos alunos estrangeiros a frequentar o ensino superior em Portugal segundo a nacionalidade, e pelos Ministérios da Educação e da Ciência, Tecnologia e Inovação (do Brasil), sobre o número de bolseiros em Portugal. Complementarmente, utilizou-se também informação recolhida diretamente, no âmbito do projeto internacional Themis (Theorizing the Evolution of European Migration Systems),1 através de inquéritos a imigrantes brasileiros residentes na área metropolitana de Lisboa que se encontravam a frequentar o ensino superior em Portugal, e de entrevistas realizadas em Campinas e Rio de Janeiro a familiares de emigrantes ou emigrantes regressados ao Brasil. O capítulo inicia-se com uma breve reflexão sobre a relação entre a globalização e a mobilidade internacional dos estudantes, seguida da análise das estratégias para atrair estudantes universitários estrangeiros para Portugal e da evolução do seu número, segundo as principais origens geográficas. Depois apresenta-se uma caracterização genérica da mobilidade internacional dos estudantes brasileiros de nível superior, destacando a posição de Portugal no contexto dos principais países de destino, bem como as áreas disciplinares e os cursos frequentados. Seguidamente aborda-se a distribuição regional e por curso dos estudantes brasileiros nas universidades portuguesas, as razões de escolha do país e da universidade, bem como as suas perspetivas de mobilidade futura. O capítulo encerra com algumas considerações finais.
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