Summary: | O ponto de partida deste trabalho foram as habilitações para familiar do Santo Ofício que se encontram no Arquivo Nacional da Torre do Tombo em Portugal. Através destes documentos conseguimos conhecer os membros pertencentes à elite do Pará e Maranhão, pois que nestes processos encontramos informações preciosas, tais como cópias dos seus assentos de baptismo e casamento, informações sobre origens, genealogias e, até mesmo, algumas particularidades que eram relatadas pelas testemunhas interrogadas. Objetivamos apresentar um grupo da elite paraense que estava estabelecida nas capitanias do Pará e Maranhão na segunda metade do século XVIII. Para o efeito, analisamos a origem dessa elite (geográfica e social), a sua inserção no Império Ultramarino Luso, as redes de sociabilidade e solidariedade que montavam através de casamentos, amizades e negócios. Nos propomos a responder à questão: Quem era essa elite, constituída por homens e mulheres habilitados pela Inquisição? Nesta sequência, analisamos o perfil, as estratégias, as formas de acumulação, o património, as redes familiares e de sociabilidade dos homens e mulheres que pediram habilitação ao Santo Ofício no século XVIII, sendo moradores no estado do Grão-Pará e Maranhão. Na primeira parte da tese apresentamos dados mais gerais; tais como a caracterização do espaço amazónico, os seus componentes económicos e administrativos, bem como o perfil geral desta elite habilitada pela Inquisição. Na segunda parte, trazemos as trajetórias de alguns habilitados, suas estratégias de obtenção e manutenção de status, qualidade e poder. Neste sentido, o nome passa a ser o fio condutor das pesquisas que se conectam às tramas da vida económica, política e social do Grão-Pará colonial.
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