Resumo: | O Convento de Cristo, um dos monumentos mais importantes na história e na arte portuguesas, integra, em toda a sua extensão, uma grande quantidade e variedade de expressões artísticas manifestadas em diversos materiais. Encontramos, em alguns dos seus espaços, pinturas murais executadas em diferentes cronologias e com diversos motivos decorativos, que pouco ou nada têm sido referidas em bibliografia específica do Convento ou de pintura mural. Esta falta de estudo tem, simultaneamente, origem e causa, neste desconhecimento, que inevitavelmente provocou, em alguns dos casos, danos na sua integridade material, levando alguns exemplares à ruína. Grande parte das patologias/alterações, estão relacionadas com a falta de manutenção que, consequentemente, leva à destruição do suporte das pinturas, a arquitetura, e permite, em quase todos os casos a presença da humidade em excesso que resulta na falta de coesão do material, devido à perda do ligante, e/ou favorece a colonização biológica. As pinturas murais analisadas são quase todas executadas a fresco, algumas recorrendo a variantes desta técnica, utilizando incisões como guias da composição e também a estampilhas, como forma de reprodução de determinados motivos, com rapidez. Outras, foram realizadas a seco, especialmente as que foram executadas a partir da segunda metade do século XVI. Os esgrafitos, a pintura de determinados elementos arquitetónicos e a exaltação e simulação da estereotomia da cantaria também foram aplicados nos espaços do Convento.
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