Resumo: | A prevalência de Perturbações da Personalidade na população reclusa é elevada. A Psicopatia é uma perturbação da personalidade em que a sua expressão mais violenta é o comportamento criminoso. O objetivo deste estudo foi caracterizar a população reclusa e exreclusa num processo de inserção comunitária, nos últimos 10 anos (2005-2015), com base na avaliação das Perturbações da Personalidade, em especial a Psicopatia. Foi utilizada uma amostra de conveniência recolhida na Associação “O Companheiro”, IPSS, de 45 indivíduos do sexo masculino, 30 reclusos (66.7%) e 15 ex-reclusos (33.3%) com idades compreendidas entre os 20 e os 64 anos (M= 43.11; DP= 9.80). Como medidas foram utilizadas, o Mini Mental State Examination (MMSE; Folstein, Folstein & McHugh, 1975; versão portuguesa de Morgado, Rocha, Maruta, Guerreiro & Martins, 2009), o Personality Diagnostic Questionnaire-4+ (PDQ-4+; Hyler, 1994; versão portuguesa de Henriques-Calado & Duarte-Silva, 2009) e a Psychopathy Checklist Revised (PCL-R; Hare, 2003; versão portuguesa de Gonçalves, 2001). Os resultados obtidos revelaram não existirem traços de psicopatia em ambos os grupos (reclusos e ex-reclusos). A Perturbação Anti-Social da Personalidade revelou-se a melhor preditora da Psicopatia. Para futuras investigações, sugere-se a realização de estudos da prevalência de perturbações da personalidade nas prisões portuguesas.
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