Summary: | A sociedade exige que a função de auditoria seja cada vez mais exigente no diagnosticar de situações como a continuidade da empresa e a denúncia de fraudes. O papel do auditor deve ser o de dar uma opinião independente, seguindo as normas de auditoria com competência e independência, credibilizando a informação financeira das empresas e facilitando o seu uso por parte dos stakeholders. No contexto internacional, e face ao aparecimento de fraudes financeiras, vários estudos têm sido realizados, verificando-se que a evolução da profissão de auditoria não tem conseguido acompanhar o acréscimo gradual de expetativas da sociedade, existindo um gap entre o que o serviço de auditoria proporciona e o que a sociedade dela exige – audit expectation gap (AEG). Torna-se urgente clarificar o produto da auditoria, a sua natureza e funções, de modo a que a profissão possa responder de forma adequada às expetativas do público. Nesta investigação analisou-se o impacto do ensino de auditoria no AEG, sendo o estudo realizado no Instituto Politécnico do Cávado e do Ave (IPCA). Com base na comparação das perceções de dois grupos de alunos, um grupo antes e o outro após receber formação de Auditoria Financeira, concluiu-se que a educação contribui efetivamente para a alteração das perceções dos alunos (taxa de resposta de 51,20%, obtiveram-se 23 diferenças estatisticamente significativas, num total de 31 questões colocadas). Nem em todas as áreas se conseguiu reduzir o AEG através da educação, nomeadamente no tema da prevenção e deteção de fraudes, em que se verificou um aumento do AEG, ao invés da sua redução como seria expetável. Assim, apesar da educação contribuir para a redução do AEG na maioria dos temas abordados (65,22%), existe ainda margem de melhoria pois o principal componente para as diferenças de expetativas em Portugal não foi esbatido com a formação dos alunos.
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