Resumo: | Este estudo foca-se nas orientações de futuro, escolares e profissionais, dos jovens filhos de imigrantes, alunos do 9º ano de escolaridade, na transição para o ensino secundário. A investigação visou o modo como as pertenças étnica, socioeconómica e de género, por um lado, e a trajectória e situação escolar, por outro, se entrecruzam e concorrem na definição das aspirações de futuro. Sustentou-se numa abordagem multidimensional e no desenvolvimento de uma metodologia multi-método, que incluiu um questionário a 1194 alunos (405 descendentes de imigrantes), em 13 escolas, nos distritos de Lisboa, Setúbal e Faro, bem como a realização de um conjunto de entrevistas a agentes escolares, jovens descendentes e seus progenitores. Procedeu-se à caraterização das condições objetivas e subjetivas de experiência na família e na escola, à identificação das modalidades relevantes de orientação para o futuro escolar e profissional, tal como ao aprofundamento do conhecimento sobre a produção social das orientações juvenis, compreendendo a sua emergência, morfologia e significação. Procurou-se analisar o impacto da etnicidade na produção social das orientações e a sua relação com os processos de integração na sociedade portuguesa. O exercício de análise culminou na construção de uma tipologia de projectos de futuro. A análise tipológica possibilitou a compreensão da diversidade de modos de projeção de futuro, e a identificação das constelações específicas de condições sociais, escolares, migratórias e subjectivas associadas.
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