Summary: | cupante expressão em Portugal, desde logo, pelo número de casos apurados e divulgados pelos organismos oficiais. Identificar os processos de violência perpetrados contra pessoas vulneráveis e avaliar as condições da sua ocorrência, de modo a prevenir futuras situações, requer o domínio de instrumentos de diagnóstico e avaliação do problema. O estudo “Violência Doméstica: quando em lugar do afecto surge a agressão” procura analisar este fenómeno, com base na consulta do Processo Clínico de vítimas admitidas no Serviço de Urgência do HST-EPE, entre 2007 e 2010, com queixas configuradas na definição legal de Violência Doméstica., Trata-se de um estudo de corte transversal, quantitativo, assente numa análise exploratório-descritiva, com uma amostra de 121 vítimas de Violência Domestica, que visa descrever o sexo, idade e estado civil das vítimas, o seu grau de parentesco com o agressor e caracterizar o espaço temporal da ocorrência e o contexto da agressão. Apurou-se que a maioria dos episódios de VD ocorrem à noite (39,7%) e fim-de-semana (38%), vítimas e agressores são cônjuges/companheiros (68,6%) e a violência física (75,2%) é a mais frequente, sendo as “bofetadas, murros, cabeçadas e pontapés” a agressão mais encontrada (52,9%). Relativamente ao tipo de agressão, as lesões mais observadas foram, a “abrasão, escoriação, contusão, laceração e traumatismo” (94%), localizadas na “cabeça e pescoço” (68,3%), utilizando “cotovelos, cabeça, mãos e pés” do agressor, (40,5%). O diagnóstico clínico mais escrutinado foi “Agressão” (29,6%). Face à problemática estudada inferimos ser imperioso reforçar a investigação e monitorização do fenómeno, a qualificação de profissionais envolvidos, a sensibilização e educação da população, a promoção da segurança e integração social das vítimas e prevenção da reincidência, através da avaliação de risco e intervenções dirigidas aos agressores. Palavras-Chave: Violência Doméstica; Agressor; Agressão; Vítima.
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