Resumo: | O presente Relatório Final de Estágio é constituído por duas partes complementares: a reflexão crítica sobre as práticas em contexto e o trabalho de investigação. Na primeira parte, apresentamos algumas práticas e evidências desenvolvidas no decorrer da Prática de Ensino Supervisionada, efetuada no âmbito do 1.º CEB e da EPE. Similarmente, fazemos uma apreciação crítica das competências desenvolvidas ao longo da PES nestes contextos, assim como, averiguamos o contributo da PES para a aquisição de competências e conhecimentos face ao perfil profissional docente. A metodologia adotada para a realização desta parte envolve, especialmente, o Despacho n.º 16034/2010 de 18 de outubro, ao qual estabelece os Padrões de Desempenho Docente. Na segunda parte, é incorporado o trabalho de investigação, assente num estudo de natureza qualitativa concretizado no contexto da EPE, visando conhecer o recreio como um tempo e espaço para a promoção da atividade física das crianças em idade préescolar. Neste sentido, recorremos a fundamentos e quadros teóricos, bem como, à análise e discussão dos dados recolhidos, através de entrevistas semiestruturadas a quatro educadoras de infância e a dois grupos de crianças dos 3 aos 5/6 anos de idade, de dois jardins de infância de dois Agrupamentos de Escolas do distrito de Viseu. Os resultados encontrados do estudo empírico permitiram concluir que: as interações e as práticas desenvolvidas nas dinâmicas do recreio pelas crianças são atividades lúdicas, simbólicas, sociais e de atividade física. As representações das crianças sobre o brincar são jogar, partilhar, amizade, diversão e inventar jogos. Verificamos que a organização e operacionalização das atividades de recreio por parte das educadoras, assim como as potencialidades do jogo e do brincar na sua perspetiva estavam em consonância na sua maioria, com algumas taxonomias corroboradas ao longo da investigação. O espaço exterior possui um aspeto cuidado e agradável, com uma identidade própria, espelhando algumas características dos utilizadores, contudo o espaço oferecia poucos desafios com níveis de dificuldade distintos, adequados ao nível de desenvolvimento das crianças, não permitindo criar por completo oportunidades para o confronto com o risco. Não se verificou a disponibilidade de diversos objetos e materiais para as crianças utilizarem no espaço exterior. Relativamente aos recursos humanos verificou-se que os adultos apoiam e acompanham as crianças durante o brincar com intervenções estimulantes, enriquecendo a atividade e/ou criando oportunidades de evolução da brincadeira das crianças.
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