Summary: | Na base da mudança do regime português, de ditadura para um governo democrático, decorrente da revolução militar de 25 de Abril de 1974, encontraram-se, entre outros, os ideais e princípios que enalteceram a revolução cubana no mundo. Durante o período revolucionário até ao dia 25 de Novembro de 1975, a própria política externa portuguesa dirigiu-se aos países que partilhavam os mesmos ideais políticos o que viria a ser alterado no período seguinte, caracterizado já pela realização de eleições livres e adopção de uma constituição democrática em Abril de 1976. O Partido Socialista, em colaboração com a Internacional Socialista, dirigiu a transição para um modelo de democracia pluralista que terminou com as pretensões hegemónicas do Partido Comunista Português. Mais tarde, em Março de 1978, o então Ministro dos Negócios Estrangeiros, Mário Soares, chefiou a primeira delegação da Internacional a ser enviada à América Latina. Com o presente artigo, pretendemos, a partir de uma perspectiva histórica baseada num estudo bibliográfico e documental, analisar a) o período em que diferentes posições ideológicas se reflectiram na transição política portuguesa, incidindo numa primeira fase, sobre a influência de Cuba; b) demonstrar as causas do envolvimento do PS na estratégia seguida pela Internacional Socialista na América Latina na década de 1970, e as consequências directas do processo na definição das prioridades da política externa portuguesa para a região.
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