Suscetibilidade dos vírus da gripe aos antivirais inibidores da neuraminidase em Portugal, 2009-2014

Os antivirais têm também uma longa e extensa história no tratamento e prevenção da gripe, sendo hoje uma importante opção para o tratamento da doença, bem como a medida de prevenção de eleição numa fase inicial de uma pandemia. O reduzido número de medicamentos autorizados para o tratamento da gripe...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Conde, Patrícia (author)
Other Authors: Pechirra, Pedro (author), Cristóvão, Paula (author), Maia, Ana Carina (author), Furtado, Cristina (author), Guiomar, Raquel (author)
Format: conferenceObject
Language:por
Published: 2015
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/10400.18/2895
Country:Portugal
Oai:oai:repositorio.insa.pt:10400.18/2895
Description
Summary:Os antivirais têm também uma longa e extensa história no tratamento e prevenção da gripe, sendo hoje uma importante opção para o tratamento da doença, bem como a medida de prevenção de eleição numa fase inicial de uma pandemia. O reduzido número de medicamentos autorizados para o tratamento da gripe levanta algumas preocupações, particularmente no que diz respeito às resistências aos antivirais, sendo, por isso, fundamental o estudo dos mecanismos de resistência aos antivirais inibidores da neuraminidase. Este é o mais recente estudo retrospetivo sobre a resistência do vírus da gripe aos antivirais, conduzido no âmbito do Programa Nacional de Vigilância da Gripe, depois da pandemia de 2009, e reúne a informação de um elevado número de estirpes do vírus da gripe, detetados em doentes da comunidade e hospitalizados, de todo o território nacional e durante as últimas cinco épocas gripais. Neste trabalho pretendeu-se descrever o perfil de suscetibilidade dos vírus da gripe do tipo A e B aos antivirais inibidores da neuraminidase (NAI), oseltamivir e zanamivir, em doentes com quadro clínico de síndroma gripal (SG), diagnosticados e notificados no âmbito do Programa Nacional de Vigilância da Gripe entre 2009 e 2014. As notificações clínicas dos casos SG e as amostras biológicas foram enviadas ao INSA, entre 2009 e 2014, pela Rede de Médicos Sentinela, Rede de Serviços de Urgência/Obstetrícia, médicos participantes no projeto EuroEva/I-MOVE e Rede Portuguesa de Laboratórios para o Diagnóstico da Gripe, que integram o Programa Nacional de Vigilância da Gripe. A avaliação da suscetibilidade aos NAI foi realizada no Laboratório Nacional de Referência para o Vírus da Gripe e Outros Vírus Respiratórios, aplicando métodos de referência que incluem os testes fenotípicos para a determinação do IC50, ensaio de inibição da neuraminidase, utilizando um substrato fluorescente, [2´-(4-methyllumbelliferyl)-a-D-N-acetylneuraminic acid, (MUNANA)], e testes genotípicos, que incluíram a sequenciação genómica da região codificante do gene da neuraminidase (NA) e a pesquisa da substituição H275Y no gene da NA, no vírus influenza A(H1)pdm09, por RT-PCR em tempo real. Durante o período do estudo foram avaliadas 357 estirpes dos vírus da gripe (206 influenza A e 151 influenza B) pelo ensaio fenotípico para a determinação da suscetibilidade ao oseltamivir e zanamivir. Foram pesquisadas, em 170 estirpes virais, as substituições associadas à resistência aos NAI. Em 643 amostras positivas para o vírus influenza A(H1)pdm09 foi pesquisada a substituição H275Y, por RT-PCR em tempo real. Os vírus estudados refletem a prevalência do tipo/subtipo em cada inverno. Os vírus influenza do tipo A e B apresentam diferente suscetibilidade aos NAI. O vírus influenza A é mais suscetível aos NAI que o influenza B. Influenza A(H3) mais suscetíveis ao oseltamivir. Influenza B e A(H1)pdm09 são mais suscetveis ao zanamivir. Influenza B/Yamagata têm maior suscetibilidade ao oseltamivir que a linhagem B/Victoria. Entre 2009-2014, foram detetados 4 vírus A(H1)pdm09 com elevada redução da suscetibilidade ao oseltamivir (substituição H275Y no gene NA). Resistência ao oseltamivir esteve associada a doentes com terapêutica antiviral, doença imunossupressora e num dos casos verificou-se durante o período de gravidez. Os vírus da gripe do tipo A e B são na sua maioria suscetíveis ao oseltamivir e zanamivir. A percentagem de vírus influenza A(H1)pdm09 com elevada diminuição da suscetibilidade ao oseltamivir é reduzida e encontra-se dentro dos valores observados ao nível Europeu.