Santo Agostinho, Pedro de Barcelos, e a unidade dos fidalgos: Algumas hipóteses em torno do prólogo do Livro de Linhagens do Conde D. Pedro

Este artigo propõe algumas hipóteses interpretativas acerca do prólogo do Livro de Linhagens do conde D. Pedro. Um enfoque particular é concedido à comparação de algumas ideias contidas no prólogo com escritos patrísticos, designadamente com umaobra fundamental (A Cidade de Deus) de  um aut...

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Detalhes bibliográficos
Autor principal: Aguiar, Miguel (author)
Formato: article
Idioma:por
Publicado em: 2022
Texto completo:https://ojs.letras.up.pt/index.php/gua/article/view/11953
País:Portugal
Oai:oai:ojs.letras.up.pt/ojs:article/11953
Descrição
Resumo:Este artigo propõe algumas hipóteses interpretativas acerca do prólogo do Livro de Linhagens do conde D. Pedro. Um enfoque particular é concedido à comparação de algumas ideias contidas no prólogo com escritos patrísticos, designadamente com umaobra fundamental (A Cidade de Deus) de  um autor fundador do sistema de conceções e representações medieval como foi Santo Agostinho. Procura-se, em primeiro lugar, estabelecer um modo de leitura dos textos patrísticos e da sua relação com a sociedade; para isso, é fundamental considerar o conceito global de ecclesia. Com base nesses preceitos, estabelecem-se alguns pontos centrais da obra de Santo Agostinho, inquirindo em seguida a sua influência no discurso de Pedro de Barcelos. Em seguida, procede-se a um exercício comparativo entre os principais pontos do discurso do conde e outras práticas sociais essenciais para a coesão e reprodução do grupo aristocrático.Em suma, pretende-se enfatizar a necessidade de considerar o fundo cristão da civilização medieval para a compreensão dos vestígios por esta deixados, assim como a imprescindível dialética entre discursos e práticas sociais para a análise da realidadehistórica.