Resumo: | Introdução: Nos últimos anos, os avanços na medicina assim como com o envelhecimento da população, tornaram a morte excessivamente medicalizada e não parte de um processo natural da vida. Os Cuidados Paliativos vieram consciencializar o significado de morte e da relevância desta para o doente e para os seus familiares. Esta dissertação apresenta a evolução dos locais de morte dos doentes não oncológicos assim como outros indicadores e a preferência da população. Material e métodos: Estudo retrospetivo e descritivo com base nos óbitos da população portuguesa acima de 16 anos, de 2012 a 2018, por causa de morte (CID-10, doente não oncológico - Critérios Comissão Lancet), região de residência e local de morte (hospital, domicílio e outro). Comparação com preferências dos portugueses (PRISMA) e indicadores demográficos, sociais e de acessibilidade a cuidados de saúde, nomeadamente Cuidados Paliativos. Resultados: A maioria dos doentes não oncológicos morre em meio hospitalar, no total 59.3%, os restantes 28,1% em domicílio e 12,5% em outros locais. A doença mais comum em domicílio é a D. Alzheimer (42%). O doente não oncológico morre mais em domicílio e menos em hospital face ao doente oncológico. Conclusão: Em Portugal, mesmo como o aumento da acessibilidade a Cuidados de saúde quer cuidados Primários ou Paliativos, continua a existir a uma divergência entre o local de preferência de morte e o local de morte. De futuro será essencial rever e ajustar as políticas de saúde às necessidades particulares da população, garantindo assim um melhor cuidado ao doente e aos familiares/cuidadores.
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