Funções Executivas e Depressão: Sua relação numa amostra de idosos.

O envelhecimento carateriza-se por ser um processo irreversível, complexo e comum a todos os indivíduos, estando intrinsecamente ligado a mudanças biológicas, psicológicas e sociais. A nível psicológico, a depressão é talvez a causa mais frequente do sofrimento emocional do idoso, sendo esta populaç...

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Detalhes bibliográficos
Autor principal: Gomes, Flávia Manuela Oliveira (author)
Formato: masterThesis
Idioma:por
Publicado em: 2016
Assuntos:
Texto completo:http://hdl.handle.net/11328/1673
País:Portugal
Oai:oai:repositorio.uportu.pt:11328/1673
Descrição
Resumo:O envelhecimento carateriza-se por ser um processo irreversível, complexo e comum a todos os indivíduos, estando intrinsecamente ligado a mudanças biológicas, psicológicas e sociais. A nível psicológico, a depressão é talvez a causa mais frequente do sofrimento emocional do idoso, sendo esta população mais propensa a inúmeras alterações que vão diminuindo a sua qualidade de vida. A depressão no idoso ocorre, frequentemente, acompanhada por défices cognitivos (Bottino & Ávila, 2006), o que faz supor uma ligação entre estas duas condições, nomeadamente, no comprometimento das Funções Executivas (FE) (Bottino & Ávila, 2008; Hamdan & Pereira, 2009). O presente trabalho, de natureza quantitativa, pretendeu, assim, avaliar a influência da depressão nas FE em idosos, nomeadamente ao nível da flexibilidade, inibição, atualização e planificação. Para concretizar o objetivo deste estudo, recorreu-se a uma amostra de 90 idosos institucionalizados e não institucionalizados (55 mulheres e 35 homens), que não apresentavam declínio cognitivo, avaliado pelo Mini Mental State Examination (MMSE, Folstein, Folstein & Mchugh, 1975). Os participantes foram avaliados por meio da Escala de Depressão Geriátrica (GDS-30, Simões & Firmino, 2013) para constituição de grupos amostrais (34 idosos sem sintomatologia depressiva, 39 idosos com depressão ligeira e 17 idosos com sintomatologia de depressão grave). Para além deste instrumento, foi ainda utilizado um conjunto de instrumentos de avaliação neuropsicológica para avaliação do desempenho dos participantes ao nível da flexibilidade, inibição, atualização e planificação cognitiva: Teste de Wisconsin Card Sorting Test (WCST, Heaton, Chelune, Talley, Kay & Curtiss, 1993) e Trail Making Test (TMT, Cavaco, Pinto, Gonçalves, Gomes, Pereira, & Malaquias, 2008) que permitem avaliar a flexibilidade cerebral; Teste de Stoop (Fernandes, 2013) e Teste dos Cinco Dígitos (FDT, Sedó,2007) que permitem avaliar a inibição; sub-testes da Escala de Inteligência de Wechsler (WAIS-III, Ferreira, Machado & Rocha, 2003)- memória de dígitos, teste de semelhanças, prova de aritmética e pesquisa de símbolos, código de símbolos; o Teste de Fluência Verbal (Cavaco, et. al., 2013) que permitem avaliar a atualização; Mapa do Zoo e Procura de Chaves (Wilson, Alderman, Burgess, Emslie & Evans, 1996) que permitem avaliar a planificação. Observou-se que a sintomatologia depressiva interfere negativamente na inibição, flexibilidade e atualização dos participantes, ocasionando um desempenho deficitário. Em contrapartida, na planificação verificaram-se resultados muito heterogéneos. Conclui-se ainda, que os valores estatisticamente significativos foram constatados, maioritariamente entre os participantes sem depressão e os participantes com depressão (ligeira ou grave), não apresentando estes últimos diferenças substanciais entre si. Pretendeu-se, assim, contribuir para o aprofundamento da compreensão da relação entre a depressão e as FE em idosos, permitindo retirar implicações para a intervenção.