Mercado accionista, riqueza e consumo

As recentes flutuações dos mercados financeiros, em particular, dos mercados accionistas, fizeram renascer o interesse pelo papel que estes desempenham na dinâmica da actividade económica real, em particular, do consumo. Nesta dissertação, é revisto o conceito de riqueza e a literatura sobre as teor...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Sousa, Ricardo M. (author)
Format: masterThesis
Language:por
Published: 2002
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/1822/12
Country:Portugal
Oai:oai:repositorium.sdum.uminho.pt:1822/12
Description
Summary:As recentes flutuações dos mercados financeiros, em particular, dos mercados accionistas, fizeram renascer o interesse pelo papel que estes desempenham na dinâmica da actividade económica real, em particular, do consumo. Nesta dissertação, é revisto o conceito de riqueza e a literatura sobre as teorias explicativas do comportamento do consumo e seus desenvolvimentos recentes mais relevantes. É feita ainda referência ao fenómeno dos booms do consumo privado, identificando os seus determinantes mais comuns. A relação entre o mercado de acções e a actividade económica real, em particular, o consumo privado, é revisitada, sendo realçada a posição que vê aquele mercado como um indicador de avanço da actividade e a tese que o considera um seu determinante, por via da geração de efeitos riqueza. Utilizando dados amostrais relativos à economia norte-americana para o período 1953:Q1 – 2000:Q4, estimaram-se várias relações de longo-prazo que sugerem uma propensão marginal a consumir a riqueza líquida na forma de acções de cerca de 0.037, em linha com os resultados obtidos em investigações empíricas anteriores. O presente trabalho mostra que os efeitos riqueza associados à propriedade directa de acções são cerca de 3.5 vezes superiores aos da propriedade indirecta. Por seu turno, a dinâmica de curto-prazo é analisada com o recurso à estimação de uma equação individual, sugerindo que o consumo responde contemporaneamente às variações do rendimento e da riqueza. Contrariamente aos trabalhos de Ludvigson e Steindel (1999) e Desnoyers (2001), verifica-se que o ajustamento à componente de longo-prazo é muito lento, o que constitui um indicativo de que os consumidores alteram a sua despesa de forma gradual, possivelmente, devido à existência de hábitos formados.