Resumo: | As patologias oncológicas têm cada vez mais relevo no panorama da saúde mundial, acarretando elevada morbilidade/mortalidade e, também elevados custos no seu diagnóstico e tratamento. Nesse contexto o cancro do cólon e recto (CCR) assume um dos papéis principais devido à crescente sua incidência associada a uma grande mortalidade. Portugal ocupa o 18º lugar europeu no que se refere à incidência deste cancro, não escapando a este flagelo. Na última década tem se assistido a grandes avanços na compreensão desta patologia através da revelação dos mecanismos genéticos que lhe estão subjacentes. Actualmente é a patologia oncológica melhor compreendida a nível genético, servindo de base para o entendimento de outros cancros. Existem vários factores de risco perfeitamente identificados, nomeadamente o tabaco, a diabetes, a obesidade, entre outros, sobre os quais se devem actuar com o intuito de prevenir o aparecimento da doença. A implementação e o cumprimento de programas de rastreio nacionais do CCR baseados nas “guidelines” aceites internacionalmente é essencial para o diagnóstico precoce e prevenção desta doença. Actualmente existem vários exames complementares que podem ser usados no rastreio, embora ainda se continue a discutir quais as modalidades que devem ser usadas como abordagem inicial. Tal como na carcinogénese, é no tratamento, principalmente a nível farmacológico, que nos últimos anos mais progressos se têm alcançado. A descoberta de novos fármacos, nomeadamente dos inibidores do factor de crescimento epidérmico, têm proporcionado aos pacientes um aumento da sobrevida, mesmo quando a doença se encontra numa fase avançada, e também, uma melhoria na qualidade de vida. Um novo fármaco, o Panitumumab, aprovado recentemente irá certamente contribuir para este ganhos, enquanto outros fármacos continuam na habitual fase de testes que antecedem a comercialização.
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