Contaminação parasitária por fezes de canídeos no concelho de Peniche: dados preliminares

Embora ainda exista uma grande falta de sensibilização e de divulgação da informação sobre o risco da contaminação ambiental por parasitas eliminados por fezes de canídeos, cada vez mais se reconhece o interesse dos serviços veterinários de alguns concelhos do nosso país em implementar medidas preve...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Crespo, Maria Virgínia (author)
Other Authors: Rosa, Fernanda (author), Silva, Ana Elisa (author)
Format: article
Language:por
Published: 2010
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/10400.15/87
Country:Portugal
Oai:oai:repositorio.ipsantarem.pt:10400.15/87
Description
Summary:Embora ainda exista uma grande falta de sensibilização e de divulgação da informação sobre o risco da contaminação ambiental por parasitas eliminados por fezes de canídeos, cada vez mais se reconhece o interesse dos serviços veterinários de alguns concelhos do nosso país em implementar medidas preventivas e de higiene que visem minimizar aquele impacto em Saúde Pública. Neste contexto, o presente trabalho refere-se ao estudo preliminar da identificação do tipo e do grau de parasitismo e da sua evolução sazonal em amostras de fezes de canídeos em áreas urbanas e rurais do concelho de Peniche, tendo em vista a promoção de medidas que fomentem a higiene e segurança das vias e espaços públicos. Entre Janeiro e Setembro de 2006, nas três freguesias urbanas de Peniche realizou-se mensalmente a colheita de seis amostras de fezes de canídeos em 6 zonas cada, num total de 648 amostras. Nas freguesias rurais efectuou-se apenas uma colheita de 50 amostras, correspondente a 10% da população de cães, durante o período da campanha de vacinação anti-rábica. As análises coprológicas foram realizadas com base em métodos qualitativos (Willis e de sedimentação espontânea). Das 698 amostras de fezes, 86 (12,32 %) foram positivas (freguesias urbanas: 66/10,19 %; freguesias rurais: 20/40,00 %). Identificaram-se proglótis grávidos de DIPYLIDIDAE (Dipylidium caninum), ovos de TAENIIDAE, ANCYLOSTOMATIDAE, ASCARIDIDAE (Toxocara sp.), TRICHURIDAE (Trichuris sp.) e oocistos de EIMERIIDAE (Isospora sp.). A menor diversidade parasitária verificou-se nas freguesias rurais onde não se observou, ovos de TAENIIDAE, nem oocistos de EIMERIIDAE. Embora se tivesse verificado uma grande variabilidade na diversidade e no grau de eliminação parasitária nas diferentes zonas da área urbana, evidenciou-se o predomínio de ANCILOSTOMATIDAE e identificou-se uma zona (Mercado) onde a contaminação ambiental era superior a todas as outras; a maior diversidade parasitária ocorreu no Inverno, tendo-se observado todas as formas parasitárias evidenciadas neste estudo; de um modo geral, o parasitismo identificado nas áreas rurais foi idêntico ao registado nas urbanas, com uma prevalência global de 40,00%. Apesar das baixas prevalências na eliminação parasitária nas fezes de canídeos, os dados obtidos até ao momento sugerem a importância de se continuarem a desenvolver esforços no sentido de procurar implementar medidas de controlo adaptadas à realidade regional.