Identificação de Doentes Internados num Serviço de Medicina Interna com Necessidade de Cuidados Paliativos

Introdução: A Medicina Paliativa encontra-se em clara expansão em Portugal, mas até agora a existência deste tipo de cuidados não tem sido feita de forma estruturada. A hospitalização da população com doenças crónicas, em fase avançada, progressivas e debilitantes, implica aumento de gastos, se esse...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Martins,Olímpia (author)
Format: article
Language:por
Published: 2020
Subjects:
Online Access:http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0872-671X2020000300006
Country:Portugal
Oai:oai:scielo:S0872-671X2020000300006
Description
Summary:Introdução: A Medicina Paliativa encontra-se em clara expansão em Portugal, mas até agora a existência deste tipo de cuidados não tem sido feita de forma estruturada. A hospitalização da população com doenças crónicas, em fase avançada, progressivas e debilitantes, implica aumento de gastos, se esses doentes não forem identificados como paliativos e devidamente referenciados. Este estudo quantifica e analisa os doentes com necessidade de Cuidados Paliativos (CP) internados num serviço de Medicina Interna (MI), comparando-os com um grupo que necessita de observação clínica e outro sem indicação para CP. Métodos: Estudo retrospectivo, observacional, com análise de doentes com idade ≥ 60 anos, num período de três meses. Aplicada a escala Palliative Care Screening Tool (PCST), com o intuito de identificar os potenciais candidatos a CP (score ≥ 4). Resultados: Dos 328 doentes admitidos, 288 (88%) apresentavam critérios de inclusão. Destes, 54% apresentaram score ≥ 4 pontos na escala PCST (enquadráveis em CP). Neste grupo, a média de idade foi de 82 anos; 54% do género feminino e 46%do masculino. A mediana de internamento foi de 11 dias. As principais comorbilidades foram quadros demenciais em 47%, acidente vascular cerebral em 45%, e doença renal crónica em 39%. O reconhecimento de problemas psicológicos ou espirituais não foi documentado. A taxa de mortalidade foi de 31%, e apenas um doente foi transferido para Unidade de CP. Conclusão: Este estudo ilustra, de forma objectiva, a elevada taxa de doentes a requerer cuidados paliativos em hospital de agudos, a importância da formação específica dos internistas, da investigação nesta área e utilização de instrumentos que permitam identificar este grupo de doentes.