Resumo: | Ao abrigo de uma metodologia que permitisse a participação das crianças como protagonistas de ações que contemplassem, de forma especial, o respeito pela escuta das suas vozes, opiniões e ações relacionadas com as suas vivências de modo geral, focalizando com maior ênfase a convivência no ambiente escolar, deu-se o norteamento deste trabalho. Desta forma, foi utlizada a metodologia chamada investigação-ação-participativa com um grupo de 12 crianças do 4º ano de escolaridade, com idades compreendidas entre 9 e 12 anos, oriundas de uma escola pública brasileira localizada no Estado Ceará. De acordo com os atuais estudos focalizados na infância, tendo como base os seus direitos assegurados pela Convenção dos Direitos da Criança, percebe-se, entretanto, que de entre as três bases de substâncias dos seus direitos (proteção, provisão e participação), a que menos se observou progresso foi a de participação na escola no âmbito político e social. Apesar de muitos autores defenderem que a escola se trata de um espaço privilegiado para contemplar aspetos de sociabilidade fundamentados no exercício de cidadania e participação, percebe-se, entretanto, que a realidade atual da mesma, ainda se mostra cada vez mais comprometida com regimentos sistémicos imposicionados por organismos determinantes, acentuando o interesse em dados estatísticos proveniente dos exaustivos exames escolares externos. Mediante esta realidade, este trabalho buscou contribuir para a produção do conhecimento relacionado com a promoção da participação infantil em contexto escolar, valorizando as crianças como atores sociais de plenos direitos, destacando o seu exercício de cidadania. Buscou-se utilizar instrumentos de investigação privilegiados por grupos de discussão (técnicas de caráter oral), fotografias, desenhos (técnicas de caráter visual) e registros escritos e diários de bordo (técnicas escritas). Um dos focos positivos deste trabalho sobressaiu-se no fato de que as crianças tencionam restaurar a horticultura da escola em comunhão com as demais crianças desta mesma instituição de ensino. Contudo, o trabalho “A participação infantil: uma abordagem emancipatória em contexto escolar” afigurouse num propósito emancipatório das vozes das crianças, aspirou à criação de laços e parcerias, o respeito sobre a opinião do outro, a ajuda na conscientização dos seus direitos, no desenvolvimento de senso crítico e na união de ideias em prol de uma comunidade escolar mais agradável e significativa para o bem coletivo.
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